Polónia vira à direita

A Polónia virou à direita, com a vitória já previsível do partido “Lei e Justiça” (PiS) de Jarosław Kaczyński, por maioria absoluta. Beata Szydło é assim a próxima primeira-ministra do país.
As eleições aniquilaram por completo as forças de esquerda, que não vão ter um único deputado no parlamento. O segundo lugar foi para os centristas da Plataforma Cívica, até agora no poder.
Nas ruas de Varsóvia, os polacos parecem conformados com o resultado: “Penso que a democracia triunfou porque a participação foi alta – 51%. Houve mudança, o PiS venceu, mas espero que quem não votou neles também tenha ficado contente”, diz um habitante da capital polaca.
“O resultado é previsível. Já se esperava uma vitória do PiS, só não pensei que pudessem ter maioria absoluta. Para mim, a maior surpresa é a extrema-direita não ter entrado no parlamento. Os outros resultados estão em linha com as sondagens”, diz outro residente de Varsóvia.
A chefia do governo continua nas mãos de uma mulher. Beata Szydło, catapultada por Kaczyński, vai suceder a Ewa Kopacz, que dirige os destinos da polónia desde que Donald Tusk foi presidir ao Conselho Europeu.
O Lei e Justiça é considerado Eurocético. Quando o partido esteve no poder, entre 2005 e 2007, foram muitos os atritos com Bruxelas. O programa anti-imigração também valeu ao partido o rótulo de xenófobo.
A Eurosceptic party has won Poland's election. How has the migrant crisis changed politics? https://t.co/MX7Yga71oWpic.twitter.com/Sird36DSWx
— The Economist (@TheEconomist) October 26, 2015
Em termos económicos, o programa do PiS é mais social. Pretende aumentar os impostos sobre a banca e a grande distribuição, o que pode ter consequências para os grupos portugueses instalados no país.
A terceira força mais votada foi o movimento antissistema liderado pela estrela local do rock Paweł Kukiz, que vai ter ao todo 44 deputados. Kukiz tinha já concorrido às presidenciais e ficou também na terceira posição.