Uma exposição de design, no Fórum Mundial Económico de Davos, que começa quarta-feira, conta com a curadoria de Maria Pestana. A portuguesa é atual
Uma exposição de design, no Fórum Mundial Económico de Davos, que começa quarta-feira, conta com a curadoria de Maria Pestana. A portuguesa é atual colaboradora do museu britânico Victoria & Albert, ao qual foi encomendada uma exibição para Davos com o objetivo de criar reflexão e debate sobre o impacto de certas técnicas e tecnologias no futuro.
“São 12 projetos que levantam questões sobre o design a várias escalas. Mostram modos como neste momento desenhamos e construímos a uma variedade de escalas e como se relacionam e levantam questões éticas sobre o mundo de amanhã”, explicou, à agência Lusa, Mariana Pestana, que está a preparar para o museu britânico uma mostra sobre o Futuro programada para 2017.
What the world would look like if countries were the size of their #stockmarketshttps://t.co/L2ApG8nzxapic.twitter.com/Np3568NlNv
— World Economic Forum (@Davos) 19 janeiro 2016
Um dos projetos é um trabalho da artista Heather Dewey-Hagborg que, a partir de amostras de cabelo e saliva, construiu um retrato de Chelsea Manning, o soldado norte-americano na origem do caso Wikileaks, que divulgou documentos secretos diplomáticos e militares.
“É um retrato completamente realista, usando um processo usado pela polícia para gerar retratos de suspeitos, a partir de amostras de ADN. Mas levanta a questão sobre como conseguimos manipular informação a partir de rastos que deixamos”, vincou.
Em causa está também, acrescentou, a ética e a criatividade de quem gera retrato, já que a polícia introduz parâmetros que podem incluir género e etnia.
These are the world’s most polluted #citieshttps://t.co/szlVvu4T6e#pollution#environmentpic.twitter.com/S7H4aTlGG8
— World Economic Forum (@Davos) 19 janeiro 2016
Outros elementos da exposição incluem um trabalho sobre a criação de artérias artificiais, processo que alude ao debate sobre a criação de órgãos artificiais, de roupas com painéis solares para produzir energia ou à possibilidade de produção de armas, através de impressoras de três dimensões, abrangendo temas como as mudanças climáticas, a segurança ou a vigilância.
“O contexto de Davos é interessante, porque as pessoas que decidem o mundo estão lá e esta é uma oportunidade de levar preocupações, perguntas e questões éticas que parecem importantes nesse contexto”, afirmou Mariana Pestana.
A exposição estará à entrada do centro de congressos, na estância de ski de Davos, na Suíça, onde vai decorrer o Fórum Económico a partir desta quarta-feira e até sábado. O evento estima reunir mais de 2.500 participantes de mais de 100 países, incluindo empresários, políticos, académicos, membros da sociedade civil e agentes culturais.
How temporary projects are redefining architecture https://t.co/aHtVvo6m95
— Mariana Pestana (@marianapestana_) 18 janeiro 2016
Arquiteta de formação, Mariana Pestana instalou-se em Londres, em 2008, para realizar um mestrado, tendo desde então participado em várias ações ligadas à arquitectura e design, sendo cofundadora do coletivo The Decorators.
Entre as exposições que programou recentemente conta-se a participação na Trienal de Arquitetura de Lisboa, em 2013, e no Festival de Design de Londres, em 2015.
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