Síria (Atualização): Regime e oposição aceitam trégua a partir de Sábado

As partes beligerantes na Síria declararam que vão cumprir o cessar-fogo anunciado ontem por Estados Unidos e Rússia.
A trégua, que deverá entrar em vigor no sábado, exclui o fim dos bombardeamentos contra o grupo Estado Islâmico (EI) e os combatentes próximos da Al-Qaida no terreno.
Do lado do regime sírio, Damasco sublinhou a necessidade de, “encerrar todas as fronteiras e de suspender o apoio estrangeiro aos grupos armados no terreno”, para que a trégua possa ter êxito.
O principal grupo da oposição (Alto Comité da Oposição para as Negociações) voltou a exigir, por seu lado, o levantamento do cerco a 18 localidades sitiadas por exército e rebeldes como “condição” para que o cessar-fogo seja respeitado.
Moscovo afirmou ontem que espera que as autoridades sírias cumpram a trégua, tendo apelado aos Estados Unidos a garantirem o mesmo por parte dos rebeldes da oposição.
Trata-se da segunda trégua em menos de uma semana, depois de um primeiro cessar-fogo na sexta-feira ter terminado sem efeito.
“É a melhor solução, não apenas para o governo e para a oposição, mas para todos os sírios”, afirma um residente de Damasco.
Outro habitante da capital afirma,
“Não vai funcionar pois os terroristas não decidem nada, todas as decisões vêm do estrangeiro. E o nosso governo pode decidir parar os ataques, mas os rebeldes não vão aceitar esta decisão do nosso governo”.
Desde segunda-feira que a ajuda humanitária começou a afluir a algumas das cidades sitiadas pelo exército, cumprindo uma das principais exigências da oposição.
O cessar-fogo ocorre dias depois das comunidades xiita e alauíta terem sido alvo de violentos atentados do grupo EI em Damasco e Homs
Sem evocar o acordo para criar um governo transitório, o regime sírio anunciou ontem, de forma inesperada, a convocação de eleições legislativas para o dia 13 de abril, treze meses antes da data acordada.
A trégua é vista como um novo teste às negociações de paz com vista à convocação de novas eleições no país, três semanas após o fracasso da nova ronda de negociações em Genebra.