Centenas de sacos pretos empilhados, cheios de detritos radioativos, trazem à memória dos japoneses de Naraha o desastre nuclear em Fukushima
Centenas de sacos pretos empilhados, cheios de detritos radioativos, trazem à memória dos japoneses de Naraha o desastre nuclear em Fukushima, provocado pelo terramoto e tsunami de 11 de março de 2011.
A poucos dias do quinto aniversário continua a ser difícil para muitos regressar a casa, de onde foram evacuados de emergência assim que se confirmou o colapso dos três reatores da central. Há quem diga que a aldeia japonesa não tem futuro.
“Depois de voltar soube que seria o fim desta região. Tornou-se num ambiente onde as pessoas nunca mais vão conseguir viver seguras e confortáveis”, afirma um budista de 76 anos.
Em setembro, Naraha foi a primeira aldeia a ser declarada segura, mas apenas 440 dos mais de sete mil habitantes decidiram regressar – menos de seis por cento da população.
O governo olha para Naraha como um caso modelo de revitalização. Trabalhos de limpeza e de descontaminação têm sido realizados nesse sentido.
No entanto, o responsável de desmantelamento da central nuclear de Fukushima revelou, esta quarta-feira, que a matéria nuclear derretida durante o desastre ainda não foi localizada.
Três antigos dirigentes da central nuclear foram, entretanto, formalmente acusados. Vão responder na justiça, em julho, por não terem tomado as medidas necessárias para evitar o desastre, causando mortos e feridos.