Brasil: "Tirar uma pessoa inocente do Governo é um golpe de Estado" - Dilma Rousseff

Brasil: "Tirar uma pessoa inocente do Governo é um golpe de Estado" - Dilma Rousseff
De  Miguel Roque Dias  com Lusa

Dilma Rousseff nega ter violado a Constituição. Por isso, alega que este processo é uma tentativa de golpe de Estado.

A presidente suspensa do Brasil, Dilma Rousseff, diz estar a ser vítima de um “golpe parlamentar” e pediu justiça ao Senado.

A Constituição estabelece a necessidade, para processos de _impeachment_, que haja crime.

Dilma Rousseff Presidente suspensa do Brasil

Para evitar a aprovação da sua destituição, Dilma Rousseff decidiu fazer a própria defesa, na câmara alta do Congresso, num processo em que é acusada de editar créditos suplementares em 2015 e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas “pedaladas fiscais”.

A sessão durou cerca de 14 horas e ao responder a 48 senadores, Dilma negou sempre ter violado a Constituição. Por isso, alega que este processo é uma tentativa de golpe de Estado.

“A Constituição é clara. Ela estabelece a necessidade, para processos de impeachment, que haja crime. Não havendo crime, um processo de impeachment que faça a violência de tirar uma pessoa inocente do Governo é um golpe de Estado”, defendeu Dilma Rousseff.

Nas ruas, registaram-se manifestações de protesto, em várias cidades do Brasil, contra o afastamento da presidente com o mandato suspenso desde 12 de maio.

Em São Paulo, os tumultos levaram a polícia militar a utilizar bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

Esta terça-feira, o Senado retoma o processo. No final, caso seja considerada culpada por pelo menos 54 dos 81 senadores, Dilma Rousseff perde o mandato e fica impedida de ocupar cargos eletivos por oito anos.

A presidente suspensa já manifestou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso seja aprovado o processo de impeachment.

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