O avanço dos populistas alemães não vai alterar a política migratória de Angela Merkel.
O avanço dos populistas alemães não vai alterar a política migratória de Angela Merkel.
A Chanceler reagiu esta segunda-feira aos resultados do sufrágio regional de ontem no estado do Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental.
No escrutinio, o partido xenófobo AFD conseguiu pela primeira vez ultrapassar a CDU de Merkel em número de votos, ao ocupar o lugar de segunda força política regional, atrás do SPD.
Merkel assumiu a co-responsabilidade da “derrota”, durante uma conferência de imprensa, após a cimeira do G20 na China.
“O resultado das eleições está ligado à política de refugiados: eu sou a chefe do partido e a Chanceler, é algo indivisível, por isso assumo a responsabilidade destes resultados. Mas penso que as decisões que tomámos foram acertadas e temos que continuar a trabalhar. Temos que refletir na forma como vamos recuperar a confiança da população, a começar por mim”.
O partido AFD, Alternativa para a Alemanha, tinha conseguido obter mais de 20% dos votos, quase dois pontos acima da CDU (19%). A formação tinha igualmente chegado em segundo lugar, desta vez à frente do SPD, no sufrágio realizado na Saxónia-Anhalt em Março.
O avanço da formação, a um ano das legislativas dá asas à co-líder da AFD, Frauke Petry:
“Este resultado é o mais amargo para a CDU – e o próprio partido reconhece-o – uma vez que o estado de Macklenburgo-Pomerânia Ocidental é o bastião político de Merkel. E vamos continuar a trabalhar para que perca todos os seus bastiões”.
O partido aposta no debate criado pela chegada de mais de um milhão de refugiados ao país no ano passado. Mas os estados onde até agora a AFD obteve mais votos, são precisamente aqueles que contam com um menor número de imigrantes.