Nascem e crescem no meio da guerra.
Nascem e crescem no meio da guerra. Não conhecem outra realidade. Um estudo da Save the Children revela que muitas crianças sírias tentam a auto-mutilação e o até o suicídio, como consequência do chamado “stress tóxico” provocado pela guerra.
Mais de 70% das crianças sofre incontinência urinária involuntária e metade das que foram ouvidas pela organização confessa não se sentir segura na escola.
Os especialistas da Save the Children deixam o alerta: a situação é tão grave que se a guerra não terminar em breve e as crianças não receberem apoio psicológico será quase impossível difícil reparar os danos causados quando chegarem à idade adulta.
Os técnicos equipas da Save the Children ouviram mais de 450 crianças, adolescentes e adultos, entre dezembro e janeiro últimos, em 14 províncias do país, depois de seis anos de conflito. Pelo menos, três milhões de crianças vivem em zonas constantemente atingidas por bombardeamentos. Pelo menos, três milhões menores com menos de seis anos que não conhecem outra realidade que não a guerra.
“Os efeitos nos anos de formação e desenvolvimento infantil pode ser tão graves que os danos podem ser permanentes e irreversíveis”, alertou Marcia Brophy, da organização Save the Children. O estudo revela que 80% dos entrevistados diz que as crianças se tornaram mais agressivas com o evoluir do conflito no país.
Estes dados mostram que a Síria pode ter perdido toda uma geração, “nunca os trauma e o stress extremo foram tão grandes”, garante Marcia Brophy, da Save the Children. A especialista lembra que “muitas das crianças da Síria tiveram de testemunhar a morte dos pais ou irmãos”… memórias que não se apagam.