A líder nacionalista escocesa diz que os votos ganhos pelos Conservadores foram perdidos Trabalhistas e não pelo SNP.
Com Reuters
Os resultados das eleições locais da passada sexta-feira no Reino Unido foram favoráveis ao Partido Conservador (centro-direita) da primeira-ministra Theresa May, no que é visto com um bom sinal face às eleições anticipadas, convocadas para junho.
As eleições locais britânicas costumam ser utilizadas pelos eleitores para punir o partido no Governo, o que não foi o caso. Os Conservadores ganharam mais de 550 eleitos nos órgãos de poder local.
No entanto, a abstenção foi elevada e o Governo mostrou-se cauteloso quanto a possíveis resultados das eleições de junho.
O Partido Trabalhista (centro-esquerda), por outro lado, perdeu alguns dos feudos mais importantes, como foi o caso de várias localidades no País de Gales.
No entanto, as maiores perdas foram as sofridas pelo partido de extrema-direita UKIP, o Partido da Independência do Reino Unido, cujo objetivo principal era a saída do país da União Europeia.
Conservadores sobem, mesmo na Escócia
Os resultados são também importantes na Escócia já que, desde 1990, a região costuma também castigar o partido no poder a nível nacional.
Nestas eleições, no entanto, o Partido Conservador subiu, em detrimento do Partido Trabalhista (centro-esquerda) e do Partido Nacional Escocês (SNP) – ainda que, neste caso, a descida tenha sido menos acentuada.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, diz, no entanto, que o SNP não perdeu poder, já os votos ganhos pelos Conservadores foram perdidos pelos Trabalhistas.
“É interessante analisar o apoio de Conservadores e Nacionalistas, uma vez que são o espelho um do outro. O voto nos Trabalhistas desceu e as pessoas votaram nos Conservadores,” disse Nicola Sturgeon.
“Por isso, o SNP não está a perder terreno para os Conservadores, são os Trabalhistas.”
No entanto, a tendência é importante para o projeto independentista do SNP, já que os escoceses que não concordem com a independência da Escócia, votarão, provavelmente, nos Conservadores em junho.
As sondagens relativas às legislativas dão, por agora, uma vantagem à primeira-ministra May superior a 20% em relação aos Trabalhistas de Corbyn.
Um resultado que poderia traduzir-se num ganho de cerca de 100 lugares no parlamento, todo um reforço no quadro das difíceis negociações relativas ao Brexit.