Pelo menos um morto em tiroteio durante referendo que desafia Maduro

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De  Pedro Sacadura  com REUTERS
Pelo menos um morto em tiroteio durante referendo que desafia Maduro

Sob um forte clima de tensão, uma mulher morreu em Cátia, a oeste de Caracas, na sequência de um tiroteio no qual integrantes de milícias chavistas, conhecidas como coletivos, atacaram várias pessoas que pretendiam votar, este domingo, no referendo simbólico contra o projeto de Assembleia Constituinte na Venezuela. A oposição fala em dois mortos e vários feridos.


Durante a ofensiva em Cátia, um dos bastiões do chavismo, várias pessoas procuraram abrigo no interior de uma igreja e tiveram de desmontar temporariamente as urnas de voto. Os coletivos tentaram entrar no edifício provocando vários feridos. Também tentaram levar material eleitoral, mas sem sucesso. Esse mesmo cenário repetiu-se em outras zonas.

De acordo com observadores, mais de sete milhões de pessoas votaram na consulta popular, entre elas a mulher do opositor Leopoldo López.

“A minha resposta a esta consulta popular é ‘sim, sim, sim.’ Sim à liberdade. Sim à democracia. Sim ao respeito pelos direitos humanos. Sim à possibilidade do povo decidir”, disse Lilian Tintori.


Em Portugal também se votou, no mesmo dia em que em Caracas apoiantes do presidente Nicolás Maduro também foram às urnas num ensaio da eleição de uma Assembleia Constituinte que se votará no dia 30 de julho.

“Hoje estamos no ensaio da festa democrática que vai significar o 30 de julho. A Constituinte pela paz e pela soberania da Venezuela”, disse a antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, Delcy Rodríguez.


As ruas da capital venezuelana voltaram a ser palco de confrontos entre apoiantes do Governo e da oposição. O prenúncio de um braço-de-ferro que está para durar e promete subir de tom. Os resultados da consulta popular deverão ser conhecidos esta segunda-feira.