O infinito impasse político da Catalunha

O Governo de Mariano Rajoy não aceita Carles Puigdemont como presidente da Generalitat e exige uma melhor opção. O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Alfonso Datis, diz que, para Madrid, nada mudou:
"Não nos parece que seja a melhor maneira de começar uma legislatura. Propor alguém que anda fugido da Justiça. O Governo já disse o que vai fazer caso se dê um processo de investidura à distância."
Mais do que fugido da justiça, Carles Puigdemont goza da legitimidade democrática para assumir o poder como presidente da Generalitat, o Governo regional da Catalinha. É o que defende a Esquerda Republicana da Catalunha.
O porta-voz Sergi Sabrià respondia assim à posição do Governo espanhol:
"Puigdemont tem toda a legitimidade para ser o presidente do país. Lidera a maioria republicana. Temos de trabalhar para que possa ser investido. E para conseguirmos um governo efetivo o mais depressa possível."
Já o partido Ciudadanos-Ciutadans, a formação política mais votada nas últimas eleições, diz que o problema de Carles Puigdemont é que não tem um projeto político:
"O senhor Puigdemont não pode oferecer outra coisa aos catalães a não ser um espetáculo mediático," disse Inès Arrimadas, líder do partido na Catalunha.
"Não tem nenhum projeto para os catalães nem vai voltar a ser o presidente da Catalunha," concluiu.