O regime sírio e os países aliados estão cada vez mais perto de assumir o controlo do último bastião rebelde
A pé, de carro e até mesmo em cadeira de rodas, milhares de sírios apressam-se a deixar Ghouta oriental, nos arredores de Damasco, na Síria. O último bastião rebelde está debaixo de fogo e ninguém parece disposto a ceder. A ofensiva lançada há cerca de um mês pelas forças governamentais já permitiu ao regime recuperar cerca de 70 por cento do território. O regime sírio e os países aliados tentam, agora, convencer os grupos armados a atuar na região a depor as armas e a abandonar o enclave.
Os bombardeamentos prosseguem e o número de deslocados continua a aumentar. O enviado especial da ONU para a Síria não esconde a inquietude.
"Estamos a assistir a desenvolvimentos no terreno consideravelmente graves. Temos de reconhecer. Desenvolvimentos que pedem ações. O mundo está preocupado e a observar. É preciso travar a escalada de violência que segue uma tendência ascendente" refere Staffan de Mistura.
Os Estados Unidos ameaçam intervir no enclave, sitiado pelo governo sírio desde 2013, e de onde já fugiram cerca de 40 mil pessoas.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos continua a atualizar o número de mortos. Os ataques aéreos desta sexta-feira terão provocado mais uma centena na região de Ghouta. A organização sedeada no Reino Unido responsabiliza a aviação russa.
Em sete anos de conflito, e em todo o país, já terão sido mortas mais de 350 mil pessoas