O Ministério Público moçambicano vai reapreciar o rapto do português Américo Sebastião, na Beira, há dois anos.
Há pouco mais de dois anos era raptado, em Moçambique, um empresário português. Desde essa altura que a família de Américo Sebastião, e em particular a sua mulher, Salomé, procura respostas que tardam em aparecer. Esta quinta-feira o Ministério Público moçambicano anunciou que vai reapreciar o processo. A decisão deixa contente Salomé Sebastião:
"Acho que é uma excelente decisão a reapreciação, a reabertura do processo, uma vez que há muitas diligências que foram em tempos solicitadas e que não foram realizadas. Umas também foram preteridas, em função de outras, outras deixadas a meio. Acho muito bom porque é uma forma de conseguirmos localizar o Américo".
Américo Sebastião foi raptado numa bomba de gasolina na Beira, em julho de 2016. A mulher espera que a visita de António Costa a Moçambique, e a III Cimeira Luso-moçambicana, sirvam para trazer alguma luz ao desaparecimento sobre o qual muito pouco se sabe:
"Eu, realmente, tenho muita esperança nesta cimeira. Que possa, em diálogo aberto e franco, olhos nos olhos, o nosso primeiro-ministro e toda a sua comitiva, em reuniões ao mais alto nível e com diversos membros do governo moçambicano, possam encontrar a forma, acionar mecanismos corretos para que seja localizado o Américo o mais rapidamente possível, porque já lá vai muito tempo".
Incansável, e crente no facto de que o seu marido está algures em Moçambique, submeteu, há um ano, uma petição à Assembleia da República de Moçambique, até hoje não obteve resposta:
"Em relação à petição, em Moçambique, não sabemos onde ela está, nem temos nenhuma comunicação sobre aquilo que aconteceu à mesma. Não sabemos absolutamente nada. Em relação à petição à Assembleia da República portuguesa ela irá ser discutida, em plenário, no próximo dia 18 de julho, e esperamos que, os grupos parlamentares se envolvam e que encontrem, e tragam, medidas concretas para que o objetivo possa ser atingido, que é a localização do Américo. O que eu acredito é que há interesse de Portugal e de Moçambique em que tudo isto fique esclarecido", diz Salomé Sebastião.