Libertação de Asia Bibi divide Paquistão

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Extremistas islâmicos saíram à rua e fixaram um édito para a morte dos juízes do Supremo Tribunal que anularam a pena capital determinada em primeira instância

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A decisão de libertar Asia Bibi, uma cristã detida por alegada blasfémia, condenada à morte há 8 anos foi recebida com protestos nas ruas de várias cidades do Paquistão.

O partido dos ultra-conservadores islâmicos apelou à demissão do primeiro-ministro e emitiu um édito a pedir a morte do coletivo de juízes que reverteu a sentença.

A violência nas ruas levou o chefe de governo Imram Khan a apelar ao respeito pelas instituições democráticas e judiciais.

Os extremistas islâmicos desafiam o primeiro-ministro a provar que quer mudar o Paquistão e pedir ao Supremo Tribunal que reverta a decisão e condene os que cometem blasfémia.

O painel de três magistrados que decidiu pela libertação de Asia Bibi justificou a decisão com citações do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. "A tolerância é o princípio básico do Islão", escreveu o presidente do coletivo de juízes, sublinhando que a religião condena a injustiça e a opressão.

O supremo considerou ainda que a acusação tinha fracassado "categoricamente" em provar a blasfémia e sublinhou que a alegada confissão de Bibi tinha sido obtida frente a uma multidão que "a ameaçava de morte".

Uma decisão que os ativistas de direitos humanos aplaudem sem reservas. Nas palavras de Tahira Abdulah, "é uma decisão histórica. Um acórdão histórico".

Asia Bibi foi acusada de blasfémia, por alegadamente ter insultado o profeta Maomé durante uma discussão com um grupo de mulheres com quem trabalhava. A acusação e condenação à morte revoltou comunidades cristãs em todo o mundo e dividiu o país. Dois políticos que lutaram pela sua libertação, um deles ministro para as minorias e igualmente cristão, foram assassinados.

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