Críticas no próprio partido obrigam primeira-ministra britânica obrigada a convencer a oposição das virtudes do acordo para o Brexit
O Brexit joga-se em várias frentes mas o grande desafio para Theresa May é mesmo interno. A hostilidade da Câmara dos Comuns não abala a primeira-ministra britânica, que defende o acordo com Bruxelas com unhas e dentes de mantém a esperança de o conseguir aprovar no parlamento:
"Por todo o país as pessoas votaram para sair da União Europeia. Votaram para acabar com a livre circulação e o nosso acordo acaba com a livre circulação. Votaram para acabar com a jurisdição do Tribunal de justiça da União Europeia no Reino Unido e o nosso acordo acaba com a jurisdição do Tribunal Europeu. Votaram para deixarmos de enviar somas exorbitantes todos os anos para a União Europeia... mas a União Europeia irá continuar a ser um parceiro comercial. Queremos continuar a ter uma boa relação comercial com eles e ter uma política comercial independente."
Contestada dentro do próprio partido, Theresa May está obrigada a procurar apoio na oposição para aprovar o documento... o que parece ser missão impossível.
Jeremy Corbyn, como é habitual, arrasou a primeira-ministra:
"Em vez de dar confiança a milhões de pessoas que votaram, quer para sair, quer para ficar, este acordo remendado não dá nenhuma esperança que o país volte a ficar unido. Sendo esse o caso, o parlamento deverá rejeitá-lo. É um mau acordo e se o governo não consegue negociar uma alternativa, então deveria dar lugar a quem fosse capaz de o fazer."
O nervosismo no parlamento cresce de dia para dia. A última preocupação prende-se com uma possível cedência a Espanha no caso de Gibraltar.
May não se deixou ficar e afirmou que o território estava incluído nas negociações de saída e que sempre procuraram um acordo que funcionasse para toda a família do Reino Unido, incluindo Gibraltar.