O presidente francês tenta "apagar o fogo" depois das manifestações destruidoras dos "coletes amarelos", que prometem já novas ações no próximo fim de semana.
"Se as medidas anunciadas não forem imediatas, vai haver uma radicalização.
Coordenador dos "Coletes Amarelos"
Pressionado por três semanas consecutivas de manifestações dos chamados "coletes amarelos" e depois de um rasto de destruição deixado pelos protestos deste fim de semana em Paris e outras cidades francesas, o presidente Emmanuel Macon quero deitar água na fervura.
Aos manifestantes que pedem a demissão do presidente e do executivo, Macron propõe novas medidas e prepara-se para falar ao país esta noite.
"O que proponho ao presidente da República é que fale de um novo contrato social e da preparação do que deve ser a partilha social do século XXI, o Estado-Providência do século XXI", disse em entrevista o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian.
O governo fez a uma importante concessão e acabou com o aumento dos impostos sobre os combustíveis que estava previsto para janeiro. No discurso desta noite esperam-se várias medidas de apoio ao poder de compra da classe média, que não devem incluir o aumento do salário mínimo, uma das reivindicações mais importantes.
Os "coletes amarelos" prometem não desarmar. Há novas manifestações previstas para este fim de semana, um chamado “quinto ato”.
Para um dos coordenadores dos "coletes amarelos" em Paris, Thierry-Paul Valette, "Se as medidas anunciadas não forem imediatas, vai haver uma radicalização, vai ser cada vez mais duro, mais violento, vai haver destruição, o movimento vai tornar-se uma insurreição".
A comunicação de Macron ao país, marcada para as 20 horas locais, é o culminar de um dia de encontros com os parceiros sociais e representantes dos órgãos de soberania e poder local. O objetivo é voltar a unir o país, mas é uma meta que parece difícil de alcançar.