Abusos sexuais na Igreja Católica em debate inédito no Vaticano

Abusos sexuais na Igreja Católica em debate inédito no Vaticano
De  Euronews
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Dezenas de vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica reuniram-se esta quarta-feira com representantes do Papa Francisco. Um encontro no Vaticano que antecede a cimeira sobre os crimes cometidos dentro da instituição.

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Uma cimeira histórica sobre os abusos sexuais na Igreja. As mais altas instâncias do Vaticano reunem-se para debater um dos maiores espinhos da instituição.

Dezenas vítimas reuniram-se na Praça de São Pedro e pediram tolerância zero para qualquer religioso que cometa um crime de abuso sexual e encontraram-se com representantes do Papa Francisco.

Phil Saviano, vítima de abusos e membro do site norte-americano BishopsAccountability.org, explicou que "o encontro foi muito produtivo, sobretudo porque os quatro organizadores foram muito recetivos ao que tinhamos para dizer. No meu caso, entreguei uma carta ao arcebispo Scicluna sobre como se pode promover a transparência e, para minha satisfação, foi muito recetivo à minha mensagem".

Grande parte dos abuso ocorreu quando as vítímas eram muito jovens, por isso mesmo, foram mostradas fotografias da época em que foram cometidos os crimes. Tim Lennon, presidente da  SNAP, Survivors Network of those Abused by Priests, lembrou que foi "violado e abusado quando tinha 12 anos. O padre que abusou de mim era conhecido do bispo e foi denunciado por ter abusado de outras crianças em três paróquias antes de ser transferido para a minha. Ou seja, o meu abuso podia ter sido evitado se o bispo tivesse feito o seu trabalho."

E as histórias de abusos repetem-se, muitas vindas dos Estados Unidos. Mary Dispenza, também da SNAP, de Seattle, recordou que "amava a igreja. Era pequena, tinha sete anos, quando fui violada pelo padre da paróquia. Nesse momento fiquei destruída. A minha infância ficou no chão da casa de banho. A primeira denúncia foi feita em 1947 e o padre continuou a violar outras crianças durante quatro décadas. É inconcebível, é isso que queremos parar."

A poucas horas o arranque da cimeira inédita, foi revelado que só no ano passado, o Vaticano recebeu cerca de 900 denúncias por abusos sexuais praticados pelo clero, um número que quase duplica o das queixas recebidas anualmente na última década.

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