China suspende uso de modelo de avião que caiu na Etiópia

As autoridades chinesas ordenaram a todas as companhias aéreas do país para que não usem temporariamente aviões Boeing 737 Max 8, após a queda de um avião na Etiópia que provocou a morte dos 157 ocupantes este domingo.
A Administração da Aviação Civil da China esclareceu que a ordem se deve a preocupações com a segurança. Trata-se do segundo acidente com aquele modelo no espaço de cerca de cinco meses. A 29 de outubro, um avião da companhia Lion air caiu na Indonésia e provocou a morte de 189 pessoas.
A mesma decisão foi tomada pela companhia Ethiopian Airlines, que anunciou a medida no Twitter até haver conclusões do inquérito.
Como primeira consequência, as autoridades etíopes e o fabricante Boeing lançaram já uma investigação para apurar as causas da queda do avião. No terreno, os destroços ilustram bem a violência do desastre que não deixou qualquer sobrevivente e é já o pior da história da companhia.
Os primeiros dados indicam que o piloto terá relatado dificuldades e pedido ao aeroporto de Addis Abeba para voltar, mas acabou por se despenhar seis minutos após a descolagem.
A aeronave fazia a ligação entre a capital etíope e Nairobi, no Quénia.
Entre as vítimas estavam cidadãos de 35 nacionalidades, mas até ao momento não existe indicação de vítimas portuguesas. Foi uma verdadeira tragédia global. Prova disso foi a mensagem de um deputado eslovaco no Facebook, que revelou ter perdido a mulher, a filha e o filho no desastre.
A bordo seguiam ainda vários funcionários das Nações Unidas (ONU), o que levou o secretário-geral do organismo, António Guterres, a manifestar-se “profundamente entristecido” pela queda da aeronave.
“Profundamente entristecido pelas notícias desta manhã do acidente aéreo na Etiópia, reclamando a vida de todos a bordo”, afirmou hoje, numa mensagem na rede Twitter, acrescentando: "As minhas sinceras condolências às famílias e próximos de todas as vítimas – incluindo a nossa equipa das Nações Unidas – que faleceram nesta tragédia".
Investigadores da Agência Etíope de aviação Civil estão já na região de Bishoftu em busca das caixas negras da aeronave. As operações vão contar ainda com o apoio de uma equipa de peritos americanos.
Entretanto, o parlamento etíope já declarou luto nacional para esta segunda-feira.