Referendo contra a privatização dos aeroportos de Paris

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De  Francisco Marques com Reuters, AFP
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Mais de 400 mil pessoas já assinaram a proposta para votar o plano económico de Emmanuel Macron. Até 12 de março, o objetivo é conseguir 4,7 milhões

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Já são mais de 400 mil as pessoas contra a privatização dos aeroportos de Paris, geridos atualmente pelo grupo ADP, o qual o Presidente Macron pretende negociar por cerca de €7 mil milhões de euros.

Um abaixo-assinado para a proposta de referendo a apresentar à Assembleia Nacional foi aberto na internet por um grupo de 248 legisladores da oposição.

Juntando partidos da esquerda à direita e incluindo deputados e senadores, o movimento diz pretender defender o serviço público dos aeródromos da capital francesa.

Eric Coquerel, deputado eleito pelo França Insubmissa, considera que o facto de "toda a oposição se exprimir da mesma forma" reflete "a vontade da maioria do povo."

"Num caso como este, quando há um bloqueio para a solução pacífica de um problema, o povo é sempre a solução e nós temos um referendo para isso", acrescentou o deputado da ala esquerda.

Pela direita, Gilles Carrez, dos Republicanos, deu o exemplo de outros parceiros europeus que não abrem mãos dos respetivos aeroportos âncora, como se assume o Charles de Gaulle em França: "Em todos os grandes países com economias liberais, os grandes aeroportos ficam sob controlo do Estado. a única exceção é Heathrow (Londres), mas posso dizer-vos que os britânicos já se arrependeram dessa decisão."

"A Holanda, por exemplo, com uma economia muito liberal, tem o Schipol sob controlo e o Estado, mesmo liberal, não hesita em comprar capital da KLM quando é necessário", acrescenta o republicano.

Emmanuel Macron defende a privatização de parte do ADP e a perda de maioria pública no grupo, decidida em abril, mas admite respeitar a vontade do povo para um referendo sobre o tema se a proposta em curso recolher o apoio necessário para ser apresentada à assembleia.

Entre os apoiantes da proposta de referendo, Martine Louaire, de 60 anos, receia sobretudo a perda de qualidade do serviço aos consumidores, das condições de trabalho dos funcionários e mesmo o corte de empregos: "Como já vimos com o escândalo da privatização das autoestradas, quando se privatiza, deixa de ser o bem comum a interessar, mas o lucro."

O objetivo da proposta é conseguir 4,7 milhões de assinaturas até 12 de março do próximo ano. Duas semanas após o início do abaixo-assinado, a fasquia das 400 mil foi ultrapassada. Falta pouco mais de 90 por cento do objetivo.

Editor de vídeo • Francisco Marques

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