Sea-Watch 3 está há duas semanas sem poder aportar na Europa com 42 pessoas resgatadas no mar a bordo
Contra a vontade do governo italiano, o Sea-Watch 3 tentou aportar na ilha de Lampedusa, A bordo do navio, 42 pessoas resgatadas no mar aguardam há duas semanas por pisar terra firme.
Enquanto os países da União Europeia permanecem no jogo do empurra sobre quem tem responsabilidade de abrir os portos e acolher os migrantes, a embarcação continua no mar, com as condições dos passageiros a degradar-se de dia para dia.
Haidi Sadik é uma das responsáveis da Organização Não-Governamental (ONG) a bordo do Seawatch3 e conta que "as condições dentro do navio estão cada vez mais difíceis de prever. Os 42 passageiros estão a tentar permanecer positivos e manter o moral elevado, mas é inegável que se sentem negligenciados e indesejados na Europa."
Para Matteo Salvini, a solução passa por levar os migrantes para a Alemanha ou a Holanda, onde a organização não governamental proprietária do Sea-W atch está registada. O ministro italiano do Interior acusa o capitão do navio de colocar dezenas de migrantes em risco, afirmando que "no momento em que o navio Sea-Watch está a agir de forma ilegal, de maneira pirata e delinquente, ao largo do porto de Lampedusa", continua "a não autorizar nenhum tipo de desembarque". Salvini informou ainda que "o Ministério das Relações Exteriores está a transmitir o descontentamento ao embaixador italiano em Haia pelo alegado comportamento indigno e indiferença do governo holandês".
Uma petição da ONG responsável pelo resgate para obrigar Itália a acolher o Sea-Watch 3 foi rejeitada, esta terça-feira, pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
O chefe da missão explica que a organização não acha "que deva ser a Itália a responder a este problema, mas sim a União Europeia", .O problema foi apresentado "não só a Itália, mas também à Holanda, à Alemanha e também ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. E todos eles estão falhar ao não apresentarem uma solução", defende
Ao tentar entrar no porto de Lampedusa, o capitão do Sea-Watch arrisca a apreensão do navio e a possibilidade de enfrentar acusações criminais. No entanto, um porta-voz da organização alega tratar-se de uma situação de emergência, afirmando estarem a esgotar-se as alternativas com 42 pessoas a bordo em esgotamento.