Tigres brancos para Sunderland, Al-Attiyah e Shibalov.
Terminou esta terça-feira o Rali Rota da Seda. Um desafio fantástico, com partida em Irkutsk, perto do largo Baikal, na Rússia, rumo a sul através da Mongólia e da China até à cidade de Dunhuang.
A última etapa, entre Jiayuguan e Dunhuang, foi um percurso total de 557km, incluíndo uma especial cronometrada de 255km, em perseguição do Tigre Branco.
Trata-se de um trajecto com início no sopé da montanha e um nível de dificuldade técnica crescente, através de desfiladeiros, um trecho sinuoso de cascalho e leitos de rio até à recta final, suave e rápida, onde a vitória foi decidida.
Motos: Primeiro Tigre Branco para Sam Sunderland e Quatro pódios para Paulo Gonçalves
Introduzida na prova pela primeira vez este ano, a categoria de motos esteve em destaque. Duas dúzias de motards, incluíndo quatro senhoras, entraram na aventura pelo desconhecido. O britânico Sam Sunderland (KTM) sagrou-se o vencedor, com 26:12:47 de tempo, reivindicando o seu primeiro Tigre Branco.
Na que foi a surpresa da categoria, o norte-americano Andrew Short (Rockstar Energy Husqvarna Factory Racing) alcançou o segundo lugar, a 20m22s do britânico, após o francês Adrien Van Beveren (Yamaha Rally Team) perder 3 minutos à procura do caminho, nos últimos 10kms do percurso.
O português Paulo Gonçalves, em estreia com a Hero Motor Sports, terminou a etapa na sétima posição, ascendendo ao 15.º lugar na classificação final.
O piloto de Esposende concluíu a cronometrada a 7m30s do vencedor do dia, o argentino Kevin Benavides (Honda), subindo uma posição na classificação geral.
O motard português ainda esteve na terceira posição da classificação geral após a segunda etapa, mas caíu num buraco de dois metros durante a terceira etapa, terminando o dia na décima posição e descendo do terceiro para quinto na classificação geral.
Mas o dia fatal para o portugues foi o da sexta etapa, corrida na Mongólia, onde uma falha no motor da sua Hero o deixou apeado. O piloto continuou em prova na etapa seguinte mas ficou irremediavelmete prejudicado na classificação geral.
O melhor dia do piloto foi a penúltima etapa, que terminou em segundo, a uns escassos 43 segundos do vencedor do dia, Andrew Short.
Paulo Gonçalves concluíu a prova todo-o-terreno a 27:06.07 horas do vencedor, Sam Sunderland, subindo ao pódio em quatro etapas.
Vitória absoluta para Nasser Al-Attiyah e Toyota
Nos carros, Nasser Al-Attiyah (Toyota Gazoo) reinou absoluto durante toda a prova, com 24:25:29 de tempo. Com uma exibição irrepreensível, o piloto do Qatar e Mathieu Baumel venceram todas as cronometradas, no que foi um recorde sem precedentes.
O chinês Wei Han (Geely Auto Shell) terminou em segundo, com mais 01:25:04 de tempo, seguido do francês Jerôme Pélichet (Raid Lynx).
Tudo Azul em camiões
Nos camiões, a equipa do russo Anton Shibalov (KAMAZ-Master) dominou a prova, com a armada azul da KAMAZ a conquistar os três lugares do pódio, o segundo para o vencedor do ano passado Andrey Karginov, com mais 00:25:22 de tempo, e o terceiro para Ardaat Mardeev.
Ao vencer as três últimas etapas do rali, na China, o russo Anton Shibalov destronou o bielorusso Siarhey Viazovich, e ganhou controlo da corrida dos camiões. A KAMAZ domina em rali-raid há duas décadas.
Quads
Nos quads, a principal luta desenrolou-se entre o líder polaco Rafał Sonik e o russo Aleksandr Maksimov, e no final ganhou a experiência, com a vitória de Rafal Sonik.
SSV/Buggies
Nos buggies (SSV), a dupla Sergey Karyakin e Anton Vlasyuk fizeram o melhor tempo. Sergey Karyakin mudou dos quads para os buggies há apenas dois anos, mas o sucesso não tardou.