Presidente do Brasil quer regulamentar atividade mineira na floresta amazónica o que põe em causa as tribos indígenas.
Vive-se uma crise, sem precedentes, na Amazónia. O assassinato de um líder indígena, alegadamente ligado à mineração, e a insistência do presidente brasileiro em transformar aquela que é uma das mais importantes reservas ecológicas do planeta na "alma económica" do país, como o próprio disse, está a desestabilizar, a criar tensão e medo, entre as tribos amazónicas.
Os mineiros são apoiados por Jair Bolsonaro que já afirmou que pretende "legalizar" a mineração. O chefe de Estado punha ainda em causa o assassinato de Emyra Waiãpi, de 68 anos, morto na última quarta-feira supostamente durante uma invasão de garimpeiros, no estado brasileiro do Amapá.
O ministério Público abriu um inquérito ao sucedido e não põe nenhuma hipótese de parte, ou seja, que a morte tenha sido provocada por "mineiros, caçadores, não-indigenas" ou se a contenda ocorreu entre indigenas, como esclarecia o procurador federal Rodolfo Soares.
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos já condenou esta morte. Em comunicado, Michele Bachelet afirmou que, a tratar-se de um crime, é "um sintoma preocupante" da crise entre populações indígenas e mineiros. Bachelet pedia ao governo brasileiro uma atuação eficaz "para impedir a invasão de territórios indígenas" e acrescentava que o aval ao aumento da exploração mineira na Amazónia levará, provavelmente, "a incidentes violentos, intimidação e assassinatos" como este último.
A pressão sobre as tribos amazónicas tem vindo a aumentar ao longo dos anos ativistas dos Direitos Humanos dizem que as ameaças aumentaram desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência.