Euronews falou com Giannis Balpakakis, que esteve à frente da direção de Moria durante três anos, sobre os desafios do sucessor
Depois de três anos a dirigir o campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, Giannis Balpakakis deixou o cargo alegando razões pessoais.
Balpakakis foi muitas vezes elogiado pelos esforços na gestão do mais complexo campo de refugiados da Grécia, e talvez mesmo da Europa.
Giannis Balpakakis: "Tinha ficado até agora porque a situação era difícil, devido aos fluxos crescentes. Mas preciso de ocupar-me de mim mesmo, por um motivo pessoal, que me obrigou a apresentar a demissão. Foi muitas vezes uma imagem injusta para nós, porque num campo com capacidade para 3000 pessoas chegámos a ter 10.500, por isso dá para perceber que tivemos muitos problemas."
Balpakakis diz que a Grécia não foi abandonada pela União Europeia, mas o mesmo já não se pode dizer da parte de outros Estados-membros.
Balpakakis: "A UE financiou muitas coisas nestes programas e não penso que a Grécia tenha tido um fardo financeiro com a crise migratória. Seria injusto dizer que a Comissão não nos ajudou. Mas, por outro lado, o resto dos países não aceitou receber as pessoas que deviam ter recebido, o que significou uma sobrecarga para nós. Já não estamos nos números de 2015, mas os fluxos migratórios nos últimos meses aumentaram."
Um conselho para aquele que ira substituí-lo neste cargo crucial?
Balpakakis: "Dar corpo e alma, tentar ajudar todas estas pessoas que aqui vêm. Vê-lo de uma forma humanitária. Cuidar das pessoas com quem vai trabalhar e ter um forte sentido de dever. Se os seus colegas se desmoronarem psicologicamente, todo o sistema vai ruir."