As acusações surgem no dia da publicação oficial do relatório relativo à primeira parte das investigações
As famílias das vítimas do incêndio da torre Grenfell em Londres denunciaram as conclusões do relatório final sobre o incidente.
Muitos afirmam que o relatório publicado oficialmente esta quarta-feira deixa muitas questões em aberto.
Entre vários testemunhos carregados de emoção, houve quem afirmasse estar ali para lutar por justiça.
Muitos acusaram os bombeiros de falta de preparação e coordenação deficiente que resultou na morte de 71 pessoas.
"Eles são profissionais pagos, eles escolhem fazer este trabalho e demonstram uma falta enorme de senso comum; deixam as pessoas escolher o seu próprio destino, se querem saltar das janelas ou escapar de outra forma e não são inocentes", afirmou Nazanin Aghlani, que perdeu dois familiares no incêndio.
"Tem que haver uma mudança cultural e tem que começar a partir do topo, os sistema tem que ser mudado de cima a baixo", denunciou Shah Aghlani.
Muitos apontaram o dedo à comissária do corpo de bombeiros de Londres que inicialmente havia afirmado que não mudaria nada na resposta ao incidente.
"É claro que sabendo o que sabemos agora sobre os edifícios cobertos com este revestimento, é claro que vamos fazer tudo diferente até que esse revestimento seja todo retirado", admitiu Dany Cotton, comissária do corpo de bombeiros de Londres.
E perante as acusações apontadas por vários familiares das vítimas a comissária afastou a possibilidade de demissão.
"Não, não me demito. Vou reformar-me dentro de seis meses porque estou empenhada em fazer essas mudanças. Se me demitir não vou poder fazê-lo e ajudar a proteger a população de Londres", concluiu a comissária.
A tragédia foi recordada na Câmara dos Comuns com um minuto de silêncio.
O inquérito entra agora na segunda fase cujo objetivo é apurar as razões que levaram à instalação do sistema de revestimento inflamável.