Decorreu em Haia, no Tribunal Internacional de Justiça, o terceiro e último dia do julgamento sobre o alegado genocídio sobre os Rohingyas.
Terceiro e último dia do julgamento do alegado genocídio dos muçulmanos rohingyas no Tribunal Internacional de Justiça em Haia. Aug San Suu Kyi defende o Myanmar numa acusação avançada pela Gâmbia.
O advogado gambiano perguntou aos juízes se se combate o terrorismo com a morte de crianças. A refutação das acusações do Myanmar, por parte de Aug San Suu Kyi, de que houve abusos mas não genocídio, levou o ministro da Justiça da Gâmbia a responder.
"O conselheiro especial para o Secretário-geral das Nações Unidas tirou as mesmas conclusões. O relator especial do Myanmar para a ONU teve as mesmas conclusões. Por isso, existem provas convincentes de genocídio e de intenção de genocídio, pelo menos naquilo que nos diz respeito", declarou Abubacarr Marie Tambadou.
Num campo de refugiados de rohingyas no Bangladeche, o caso é seguido de perto. Muitos dos que vivem aqui foram obrigados a fugir do Myanmar e perderam familiares e amigos.
"Ela foi enviada para dizer mentiras. A polícia e o exército do Myanmar torturaram-nos. E agora ela foi ao Tribunal Internacional de Justiça apenas para salvar o exército", diz um refugiado.
"O que Suu Kyi está a fazer é salvar o exército do Myanmar, a polícia e os dirigentes do governo, isso é totalmente errado, inaceitável. Ela é uma Nobel da Paz. Ela não vai escapar com mentiras", explica outro.
Mais de 730 mil Rohingya foram obrigados a fugir do Myanmar para o Bangladeche depois dos militares terem lançado uma operação. Os investigadores da ONU estimam que morreram cerca de 10 mil pessoas.