Os novos desafios de Boris Johnson

Dois dias depois da vitória conseguida pelos conservadores de Boris Johnson nas eleições britânicas, que lhe garantiram uma maioria absoluta e a certeza de conseguir o Brexit, o primeiro-ministro foi até ao norte de Inglaterra visitar alguns dos antigos bastiões trabalhistas que mudaram de cor.
Nestas eleições, caiu a chamada muralha vermelha - zonas operárias, tradicionalmente representadas por trabalhistas, mas que no referendo votaram a favor do Brexit e agora nos conservadores.
"Imagino as canetas das pessoas a percorrer o boletim de voto, a hesitar até votar em nós. Sei que essas pessoas romperam hábitos de há várias gerações. Quero que as pessoas no nordeste saibam que nós, no Partido Conservador, vamos honrar a confiança que depositaram em nós", disse o primeiro-ministro.
O grande perdedor das eleições foi o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn. O programa, um dos mais à esquerda de sempre, foi uma aposta perdida. Como resultado, Corbyn deve deixar a liderança e o resto do governo-sombra deve seguir o mesmo caminho.
John McDonnell, até agora ministro-sombra das Finanças, já anunciou a intenção de sair: "Vamos todos sair. Vai chegar um novo líder e nomear um novo governo-sombra e eu não farei parte dele. Já fiz a minha parte, precisamos de avançar, nesse aspeto, com um novo líder", disse.
A pedra no sapato de Boris Johnson parece ser a Escócia, com a forte votação no Partido Nacional Escocês, de Nicola Sturgeon, a dar-lhe força para realizar um novo referendo à independência.
Ao telefone com Sturgeon, Boris Johnson já lhe disse que se opõe a esse referendo.