John Bolton "ganha força" depois de censura da Casa Branca

John Bolton
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De  Ana SerapicosReuters, AP
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Governo dos EUA censurou rascunho do Livro de Memórias do ex-conselheiro de Segurança Nacional por este conter "informações secretas"

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No pico do processo de destituição de Donald Trump, John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, torna-se numa figura-chave cada vez mais indispensável.

Bolton foi sempre uma peça importante no processo, mas esta semana ganhou força depois da Casa Branca censurar várias passagens do livro de memórias do ex-conselheiro de Segurança Nacional, incluindo o alegado pedido de investigação a Joe Biden e ao filho, ao presidente ucraniano por parte de Donald Trump, episódio que serve de base para o processo de destituição.

"Não pode haver um julgamento justo sem testemunhas"
Adam Schiff
Coordenador do processo de destituição de Donald Trump

O rascunho do livro de memórias de John Bolton, obtido pelo The New York Times, prova os dois pontos do processo de destituição de Donald Trump. Bolton afirma que Trump lhe comunicou a intenção de congelar ajuda militar à Ucrânia até que o governo do país ajudasse nas investigações contra os democratas, incluindo investigações ao ex-vice-presidente Joe Biden e ao filho. 

A censura da Casa Branca ao livro de Bolton

Depois de submetido o manuscrito, o governo dos EUA enviou uma carta ao ex-conselheiro de Segurança Nacional que afirmava que o seu livro não pode ser publicado por conter "informações altamente secretas".

Segundo a Reuters, na carta enviada pelo Conselho de Segurança Nacional ao advogado de John Bolton, podia ler-se:

"De acordo com a lei federal e os acordos de confidencialidade que o seu cliente assinou como condição para ter acesso a informações sigilosas, o manuscrito não pode ser publicado ou divulgado sem a exclusão dessas informações sigilosas"

Congressistas querem que Bolton testemunhe

Adam Schiff, coordenador do processo de destituição, admitiu que o julgamento não seria justo nem imparcial sem testemunhas.

"Quando se tem uma testemunha que é tão relevante quanto John Bolton, que estuda a mais grave conduta imprópria do presidente, que se ofereceu para testemunhar, para afastá-lo, olhar para o outro lado seria um profundo desacordo com um jurado imparcial ", disse o congressista perante os senadores. 

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Adam SchiffCopyright 2019 The Associated Press. All rights reserved.Patrick Semansky

Trump, acusado de abuso de poder e de obstrução do Congresso, desmente tudo, diz que John Bolton está a mentir "para vender o livro".

NUNCA disse a John Bolton que a ajuda à Ucrânia estava ligada a investigações sobre democratas, incluindo os Bidens. De facto, ele nunca reclamou disso na altura em que foi público. Se John Bolton disse isso, foi apenas para vender o livro. (...)"

Se John Bolton se torna ou não numa testemunha oficial do processo, só sexta-feira é que se saberá, depois dos senadores norte-americanos decidirem numa votação.

A votação não alegra os republicanos, os quais podem ver a balança das testemunhas a aumentar, e não a favor da versão do presidente norte-americano.

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