Aberta a luta pela sucessão na CDU

Durou pouco o reinado de Annegret Kramp-Karrenbauer como sucessora de Angela Merkel à frente da CDU e possível próxima chanceler da Alemanha. A líder dos democratas-cristãos colocou o lugar à disposição depois de um acordo regional com a extrema-direita que fez correr muita tinta e das lutas entre a direção e as secções regionais do partido.
Merkel já reagiu à decisão: "Tomei nota destsa decisão com o maior respeito. Lamento e imagino não tenha sido fácil. Quero agradecer-lhe por estar a ajudar no processo de procurar um novo líder para o partido", disse a chanceler, que já anunciou que abandona o poder depois das eleições de 2021.
As eleições no Estado regional da Turíngia foram a razão para esta tempestade na CDU. O candidato dos liberais foi eleito com o apoio quer da CDU, quer da Alternativa para a Alemanha (AfD), o que AKK, como é conhecida, viu como uma conivência com a extrema-direita.
"Não queremos aproximar-nos nem cooperar com a AfD nem com a extrema-esquerda. A AfD opõe-se a tudo o que a CDU defende. Qualquer aproximação à AfD enfraquece a CDU. Defendo uma CDU que rejeita qualquer cooperação direta ou indireta com a AfD", disse a ainda líder dos democratas-cristãos.
O acordo na Turíngia acabou por custar o cargo ao ministro-presidente eleito, Thomas Kemmerich, que se demitiu ao fim de poucos dias. AKK foi a nova cabeça a rolar por causa deste caso. Está aberta a guerra à sucessão. Quem quer que vença o próximo congresso será o rosto da CDU, que governa a Alemanha sem interrupção desde 2005, nas eleições do próximo ano.
Friedrich Merz, candidato derrotado no congresso de 2018, parece agora em boa posição para futuro líder do partido e candidato a chanceler. Outros possíveis candidatos são o atual ministro-presidente da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, ou o ministro da saúde Jens Spahn.