O ex-presidente brasileiro lembrou que no ano previsto para as próximas eleições presidenciais já terá 77 anos de idade.
Lula da Silva descartou o cenário de uma recandidatura à presidência do Brasil em 2022, mas garantiu que vai lutar para que o país não volte a ter um presidente como o atual, Jair Bolsonaro.
"Tenho repetido que, quando chegar em 2022, eu vou estar com 77 anos de idade. Eu não tenho porque ser candidato a Presidente. Eu já fui. O que eu não vou deixar é esse país voltar a ter um Presidente da 'qualidade' do Bolsonaro", escreveu o histórico líder do Partidos dos Trabalhadores na rede social Twitter, na noite de terça-feira.
"O Bolsonaro poderia ter chegado e dito às pessoas: 'Olha, eu não tenho a solução, não tenho a vacina. Mas vamos ter cuidado, nos cuidar, conversar para preservar os empregos'. Era o que esperava de um chefe de Estado preocupado com 210 milhões de pessoas", indicou ainda o antigo mandatário, acrescentando que "se não fosse o coronavírus", já "estaria na rua gritando 'Fora Bolsonaro'".
Lula da Silva referia-se à posição do atual Presidente em relação ao combate à pandemia da covid-19, que tem estimulado a população a regressar ao trabalho e criticado as medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos.
O antigo chefe de Estado foi condenado em dois processos por corrupção e tem pelo menos sete outras investigações contra si. Esteve preso durante 580 dias, tendo sido colocado em liberdade em novembro passado. Lula da Silva sempre negou todas as acusações e diz ser vítima de perseguição judicial executada por pessoas com ambições políticas.
A condenação retirou o político brasileiro da eleição presidencial realizada em 2018, quando era o candidato favorito da população, segundo as sondagens realizadas à época, no sufrágio que resultou na eleição de Bolsonaro.
Apesar de estar em liberdade condicional, Lula continua impedido de disputar eleições, por estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa, lei que proíbe qualquer pessoa condenada em duas instâncias da Justiça de disputar cargos públicos.
O Brasil totaliza 17.971 óbitos e 271.628 pessoas diagnosticadas com covid-19 desde o início da pandemia, informou o executivo na terça-feira, dia em que o país ultrapassou pela primeira vez a barreira dos mil mortos diários.