Os eleitores da Macedónia do Norte vão ter de escolher os melhores dirigentes para cumprirem as exigências de Bruxelas para a adesão do país à UE
Em plena crise sanitária, no meio da segunda vaga da COVID-19, os eleitores da Macedónia do Norte preparam-se para eleições legislativas antecipadas, no dia 15 de julho.
E qualquer que seja a escolha nas urnas, o objetivo será o rápido início das negociações de adesão à União Europeia. Da esquerda à direita do espetro político, passando pelo centro, todos apontam na direção de Bruxelas, cada um com o seu caminho.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, o social-democrata, Nicola Dimitrov diz que "só há uma opção"; a opção que ele apresenta, que é "avançar com base no que foi conseguido nos últimos anos", que foi, diz, em muitos aspetos, "um milagre, com resolução de grandes questões e investimento nas reformas europeias".
O partido mais à direita, o partido conservador, membro do PPE, critica o governo, que acusa de "prejudicar os interesses nacionais", com a assinatura do Acordo de Prespa, essencial para acabar com o veto da Grécia à adesão da Macedónia do Norte à NATO e para a luz verde do Conselho Europeu para as negociações de adesão à UE.
Durante a campanha, o vice-presidente, Aleksander Nikolovski, prometeu revogar o acordo se ganhar a eleição. "Temos consciência de que é precisa uma maioria de 2/3 no Parlamento para a alteração da constituição. Se o conseguirmos, é claro que o faremos", diz.
Os social-democratas não se cansam de recordar que pôr em causa o tratado, seria por em causa a integração da Macedónia do Norte na União Europeia.
"Infelizmente, os adversários não são deste século. É um nacionalismo superficial. Acenam com a anulação do Acordo Prespa e depois fogem das questões do Estado de direito e da Justiça", rebate Nikola Dimitrov.
No contra-ataque, a oposição afirma que o único obstáculo aos processos de integração na UE são os próprios social-democratas - que têm estado no governo - e a falta de reformas cruciais.
"Como país, ainda não podemos iniciar conversações de adesão. Há certos atrasos que estão a acontecer nos últimos tempos. Durante nove anos foi a disputa pelo nome e o veto que a Grécia estava a colocar ao nosso país e, agora, nos últimos três anos, praticamente o país está encalhado sem qualquer progresso", acusa Nikolovski.
O repórter da Euronews, Borjan Jovanovski, refere que a Comissão Europeia divulgou, a 2 de julho, o quadro negocial, exigindo o reforço do Estado de direito. Agora, um milhão e oitocentos mil eleitores devem decidir qual é o partido com mais capacidade para responder com eficácia às exigências da União Europeia".