De vinho a gel desinfetante

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Direitos de autor Luca Bruno/Copyright 2018 The Associated Press. All rights reserved
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De  Nara MadeiraLuca Palamara
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Em Itália, a pandemia de Covid-19 fez parar a produção de vinho, uma solução alternativa para escoar os stocks é a produção de gel desinfetante.

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A utilização de bebidas alcoólicas para fazer gel desinfetante não é novidade. Em Portugal está a utilizar-se aguardente vínica para fazê-lo, noutros países europeus também, ou utilizam-se outros processos.

Em Itália, a pandemia de Covid-19 fez parar a produção de vinho, até pela quebra nas vendas. mas as uvas continuaram a crescer. Os produtores italianos, como os franceses ou espanhóis também, estão a levar os seus stocks de vinho para destilarias onde estão a ser transformados em gel desinfetante. Um mal que vem por bem. Antonio Emaldi, presidente de uma cooperativa de destilarias, a Assodistil, explica o processo. O vinho é armazenado em tanques de aço, que estão ligados ao sistema de destilação, que funciona a vapor, um processo que leva à separação da água do álcool etílico, que se vai tornando cada vez mais puro até atingir o grau necessário. 

É este processo que o torna adequado à produção de gel desinfetante mas o álcool etílico deve passar por um processo de desnaturação. "O álcool é extraído do tanque usando bombas, colocadas nos tubos, e é misturado com produtos químicos que devem desnaturá-lo, ou seja, torná-lo impróprio para o consumo humano. Através desse sistema de tubagem fixa, ele vai diretamente para o camião-cisterna que vai transportá-lo até ao embalador", depois será distribuído, explica Antonio Emaldi.

Luca Palamara, correspondente da euronews, acrescenta que a transformação do melhor vinho italiano em gel desinfetante é uma das consequências "mais estranhas" da pandemia de Covid-19, mas é também um passo necessário para os produtores de vinho em Itália superarem a crise que o setor enfrenta.

Antonio Emaldi concorda: "Estamos a dar o nosso contributo, ao ir buscar, rapidamente, esse vinho, que representaria um fardo para os produtores vinícolas, que se estão a preparar para a colheita de amanhã", explica.

Em circunstâncias normais, este processo que seria impensável mas em momentos de exceção é preciso também encontrar soluções que ajudem as empresas e produtores a ultrapassarem a crise.

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