Aumento da ajuda é condicionado à boa gestão da dívida pública e eficácia no combate à corrupção.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) concedeu mais uma injeção de mil milhões de dólares a Angola, para ajudar o país a lidar com a crise causada pela pandemia de Covid-19. O FMI aprovou o pedido do governo angolano para que aumentasse a assistência financeira e aumentou assim o programa de ajuda para quase 4,5 mil milhões de dólares, cerca de 3,7 mil milhões de euros.
Mas este abrir da torneira tem contrapartidas: O FMI pede a Luanda vigilância na gestão da dívida pública e que continue a implementar reformas estruturais e a combater a corrupção.
"Prosseguir com as reformas estruturais é fundamental para diversificar a economia e estabelecer as bases para o crescimento económico liderado pelo setor privado. O Governo terá de se manter firme na melhoria do ambiente de negócios, no reforço da governação e na luta contra a corrupção", disse a subdiretora-geral do FMI, Antoinette Sayeh, no comunicado que dá conta da aprovação da terceira fase do programa de assistência financeira.
"As autoridades garantiram acordos de reestruturação da dívida com diversos grandes credores para reduzir os riscos relacionados com a sustentabilidade da dívida", acrescentou a responsável do FMI, alertando que "a vigilância contínua da gestão da dívida pública é fundamental para mitigar tais riscos no contexto de uma volatilidade acrescida dos preços do petróleo".
Além da entrega imediata de mil milhões de dólares, o FMI vai também aumentar o empréstimo em 765 milhões até ao fim do programa de ajuda.
Na nota que fez depois desta terceira avaliação no quadro do programa, o FMI elogia a forma como Angola implementou atempadamente medidas de combate à epidemia, que até agora matou 143 pessoas e infetou mais de 3.600. A economia angolana está a sofrer não só os efeitos da pandemia, como também da descida no preço do petróleo, principal recurso económico do país.