Há um novo detido no ataque terrorista de Paris

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De  Francisco Marques com AFP
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Autoridades libertaram um dos homems interrogados nas horas seguintes ao ataque, mas detiveram um alegado companheiro de casa do presumível autor do esfaqueamento de dois jornalistas

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Uma das pessoas detidas pela polícia francesa na sequência do ataque terrorista de sexta-feira em Paris foi libertada, mas um novo suspeito terá sido detido, avança a agência France Press.

O novo suspeito será um antigo companheiro de casa do principal suspeito, detido poucas horas após os acontecimentos e que já terá confessado a autoria do ataque com arma branca, que deixou dois feridos graves.

As vítimas são dois jornalistas da agência de notícias "Premieres Lignes" (tr.: "Primeiras Linhas"), que estariam a fumar à porta do edifício onde trabalham e onde, em janeiro de 2015, se situava também o "Charlie Hebdo", o jornal satírico francês alvo ali de um ataque terrorista, atualmente em julgamento.

Este novo ataque está também a ser gerido pelas autoridades como "um ato de terrorismo islâmico", revelou o ministro do interior de França.

Aconteceu na rua onde estava o jornal satírico Charlie Hebdo. A forma de atuação é a habitual dos terroristas islâmicos.

"Há poucas dúvidas de que se tratou de mais um ataque sangrento contra a França e contra os jornalistas.
Gérald Darmanin
Ministro do Interior de França

Gérald Darmanin disse aos microfones da France 2 que o país continua "em guerra contra o terrorismo islâmico" e garantiu que "nos últimos três foram neutralizados 32 atentados" pelas autoridades francesas.

Migrante paquistanês de 18 anos

O principal suspeito do ataque, detido poucas horas depois perto da Ópera da Bastilha com o rosto coberto de sangue, é um jovem paquistanês de 18 anos que havia chegado a França há três, na qualidade de menor desacompanhado.

O jovem migrante está legal no país, mas tem antecedentes criminais recentes depois de em junho ter sido apanhado com uma suposta arma branca, uma chave de fendas.

A advogada de uma das partes civis no julgamento agora a decorrer em Paris sobre o ataque de janeiro de 2015 ao "Charlie Hebdo" lamenta o que aparenta ser uma repetição desse ataque.

Naquele local onde já fizeram escorrer sangue, o sangue volta a correr de novo. Estamos todos devastados. Eu sinto-me revoltada e zangada. Quando é que isto vai parar?", questiona-se Caty Richard, que representa uma das partes civis no processo do ataque de 2015.

A atual equipa do Charlie Hebdo manifestou-se solidária pelas redes sociais com os profissionais da agência "Primeiras Linhas", onde trabalhavam os dois jornalistas atacados esta sexta-feira, e com "as pessoas afetadas por este crime odioso".

Ao todo, além do presumível autor do ataque, há seis pessoas detidas preventivamente pelas autoridades. Cinco foram detidos no decorrer às buscas a duas residenciais sociais onde o principal suspeito terá vivido de forma itinerante nos últimos anos e a sexta, a mais recente, será um antigo companheiro de casa do jovem paquistanês.

O homem que chegou a ser detido nas proximidades do ataque e acabou libertado pelas 23h30 é um argelino de 33 anos que terá dito às autoridades ser uma mera testemunha, que inclusive tentou perseguir o agressor e terá acabado por ser também ameaçado.

Pelo Twitter, Lucie Simon, identificada pela France Press como advogada do homem libertado pela polícia, falou de "um jovem heroico que tentou deter o atacante", que se apresentou à polícia como testemunha e acabou "algemado, encapuzado diante das camaras e sob custódia apesar dos testemunhos e dos vídeos".

"Ele é libertado esta noite (sexta-feira), exausto e em choque", concretizou a jurista.

Outras fontes • Franceinfo

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