Face à segunda vaga do vírus e para evitar uma saturação dos serviços hospitalares, Paris e Berlim voltam à política que deu resultados na primavera.
França
A partir das zero horas desta sexta-feira, os franceses voltam ao confinamento. A medida foi anunciada ao país pelo presidente Emmanuel Macron como única possível de combate à segunda vaga da Covid 19, que está a crescer de forma preocupante. Segundo o próprio presidente explicou, os hospitais, em particular as unidades de cuidados intensivos, chegariam facilmente a um ponto de rutura ainda durante o mês de novembro, se não fossem tomadas medidas.
Macron anunciou que "vai ser preciso voltar ao confinamento que conseguiu travar o vírus. As medidas afetam todo o território nacional, com algumas adaptações nos territórios do Ultramar".
O novo confinamento tem diferenças em relação ao primeiro: As escolas mantêm-se abertas, tal como a maioria das empresas, mesmo se o teletrabalho é encorajado. Fecham os bares, restaurantes e comércios não-essenciais.
Disse Macron: "Países como Espanha, Irlanda ou Países Baixos tomaram medidas mais duras e mais mais antecipadas que nós. No entanto, estamos todos no mesmo ponto: Submergidos por uma segunda vaga que vai provavelmente ser mais difícil e mais mortífera que a primeira".
Alemanha
Também a Alemanha volta ao confinamento. Embora numa versão mais ligeira que a francesa, também aqui os restaurantes, bares, cinemas, teatros e ginásios fecham. Mesmo se a taxa de contágios e de mortes resultantes do vírus é menor que em França, o vírus está a propagar-se a um ritmo que preocupa o governo de Berlim.
"Temos de agir agora. Temos de agir para evitar uma situação de emergência nos serviços de saúde. Ninguém quer chegar a essa situação e temos de tomar decisões nesse sentido", disse a chanceler Angela Merkel.
Na Alemanha, como em muitos pontos da Europa, os trabalhadores dos setores mais afetados por esta crise, como os eventos ou a hotelaria, estão descontentes. A segunda vaga do vírus e o segundo confinamento, que pode vir a ser adotado por vários outros países, prometem desferir um novo duro golpe nestes setores.