Escalada de violência no norte da Etiópia provoca catástrofe humanitária
O primeiro-ministro etíope continua a rejeitar o apoio externo para lidar com a crise no Tigray. Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz no ano passado, avisa os habitantes de Mekele para se afastarem dos líderes da Frente Popular de Libertação. Garante que "não haverá misericórdia" para os apoiantes das forças rebelde, mas não disse uma palavra sobre os que fogem.
"Estávamos em condições muito seguras. Estávamos a crescer. Todos a tentar ajudar a família. Toda a gente trabalhava, toda a gente estudava. Nunca esperámos ser refugiados," diz Filimon à chegada ao Sudão.
Estão por fechar as contas das vítimas mortais, mas organizações internacionais dizem que podem chegar aos milhares. Quase 100 mil refugiados estão em risco, perto da frente de combate no norte. Mais de 40 mil já chegaram ao Sudão.
Mamoun Abuarqub, coordenador de emergêngia do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, diz que o desafio "é principalmente a recolocação dos refugiados". "O processo, isto é, a viagem, leva mais de 15 horas desde este centro de acolhimento até ao campo Um Raquba no estado de Gedaref. É muito trabalho," afirma.
O Tigray é um dos nove estados da Etiópia. Os Estados Unidos ofereceram-se para mediar o conflito que opõe o governo de Adis Abeba à Frente Popular de Libertação, por não reconhecer o resultado das eleições regionais de setembro passado.