Comércio tradicional luta contra a pandemia e vendas online

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De  Ricardo FigueiraJaime Velázquez
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Os livreiros espanhóis dão o exemplo do ditado: "Se não os podes vencer, junta-te a eles", ao criar a sua própria plataforma de e-comércio.

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Está a chover em Madrid e isso não é uma boa notícia para Sérgio. Significa que a livraria vai ter ainda menos clientes. Este livreiro está a lutar para voltar a aumentar as vendas, depois de um ano dominado pela pandemia de Covid-19.

O pior foi quando teve de fechar durante três meses: "Estava em casa, mas tinha de continuar a pagar as contas, a eletricidade, a renda de casa. Muitas coisas, sendo que os rendimentos eram zero", conta Sergio.

As restrições ligadas à Covid-19 esvaziaram as lojas e os clientes viraram-se para o comércio eletrónico: "O comércio de proximidade está a viver um momento muito complexo, porque é verdade que muitas pessoas estão a fazer as compras online, mas também tem havido uma resposta a este movimento, muitas pessoas que estão a tentar proteger comércio de bairro", diz.

As vendas online dispararam 70% durante a pandemia. Um mercado dominado por gigantes tecnológicos como a Amazon, que viu os lucros em Espanha aumentar 69% este ano.

Mais de 800 livrarias em Espanha juntaram-se na plataforma "Todos tus libros", para conseguirem competir no negócio feroz das vendas online, antes da época natalícia. Em três semanas, foram feitas quase 5000 encomendas.

"Para as grandes plataformas tecnológicas, somos apenas mais um produto. Queremos que sejam as próprias livrarias a poder gerir estes dados e possam também gerir a pouca margem de lucro que têm", explica Jesús Trueba, porta-voz da Confederação Espanhola de Livreiros (CEGAL).

Madrid está agora cheia de lojas fechadas. Muitas empresas locais não conseguiram sobreviver à pandemia. Calcula-se que 10% de todos os retalhistas espanhóis tenham fechado as portas para sempre. As lojas locais estão a fechar em todo o lado, devido ao aumento das vendas online. É o que chamam o apocalipse do comércio de proximidade. O fenómeno já existe há alguns anos e a pandemia veio acelerar o processo.

O comércio eletrónico vai continuar a crescer. Espera-se que as vendas online cresçam 30% a nível mundial durante esta época festiva. Mas gigantes tecnológicos como a Amazon insistem que também estão a ajudar as pequenas e médias empresas. Este ano, as empresas espanholas venderam 40 milhões de produtos através da Amazon. Ou seja, há sempre a possibilidade de comprar produtos locais, seja numa loja de pedra e cal, seja na Internet.

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