Eurodeputados votaram de forma clara para retirar a proteção europeia ao político independentista catalão e abre porta à extradição para Espanha
O político independentista catalão Carles Puigdemont perdeu a imunidade de eurodeputado e arrisca agora de novo a extradição da Bélgica para Espanha, onde é acusado de sedição e má gestão de fundos públicos.
O Parlamento Europeu votou segunda-feira, de forma secreta, o estatuto de três eurodeputados do partido "Juntos pela Catalunha" e revelou esta manhã o resultado.
400 eurodeputados votaram a favor de retirar a imunidade a Puigdemont, 248 contra. 45 abstiveram-se.
Também a imunidade de Toni Comín e Clara Ponsatí, outros dois eurodeputados do "Juntos pela Catalunha", foi retirada por uma diferença de votos similar.
A decisão não implica a perda do lugar de eurodeputados nem a extradição automática.
Cabe agora à justiça espanhola reativar os mandados de detenção europeus e à congénere belga decidir a eventual extradição de Puigdemont para Espanha.
O partido catalão "Juntos pela Catalunha" reagiu, considerando que "o conflito político entre Catalunha e Espanha deixou de ser um assunto interno.
"Levamo-lo para o coração da Europa onde continuamos a denunciar a repressão e a perseguição política do Estado espanhol", escreveu o partido nas redes sociais, prometendo apoio aos três eurodeputados e garantindo: "Não nos rendemos!"
Os três eurodeputados catalães devem ainda hoje reagir à votação do Parlamento Europeu e avançar com um recurso para reverter a decisão europeia.