Partido de Merkel em queda no "super ano eleitoral"

Malu Dreyer (SPD) e Winfried Kretschmann (Verdes) celebram os triunfos de domingo
Malu Dreyer (SPD) e Winfried Kretschmann (Verdes) celebram os triunfos de domingo Direitos de autor Hannibal Hanschke/Pool//Uli Deck/dpa via AP
De  Francisco Marques com AP
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Aliança Democrata Cristã perde votos e volta a ser derrotado nas eleições regionais da Renânia-Palatinado e de Baden-Württemberg. A CDU fica ainda mais fragilizada

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Malu Dreyer, do Partido Social Democrata (SPD, na sigla original) e Winfried Kretschmann, dos Verdes, venceram este domingo as primeiras eleições regionais do já apelidado "super ano eleitoral" da Alemanha.

Os resultados dos escrutínios na Renânia-Palatinado e em Baden-Württemberg confirmaram o mau momento da União Democrata Cristã (CDU), que perdeu força para os partidos já dominantes em ambos os estados.

Malu Dreyer, que representa o maior rival nacional da CDU, acrescentou mais meio por cento de votos aos alcançados em 2016, somou 36,2% e mantém o cargo de ministra-presidente da Renânia-Palatinado, mantendo os mesmos 39 deputados na assembleia estatal, a 12 da maioria parlamentar.

O ecologista Winfried Kretschmann atraiu mais 2,3% do eleitorado, alcançou os 32,6e somou mais 11 deputados dos Verdes ao parlamento estatal, onde agora soma 58, o que ainda o obriga a alianças (a maioria é garantida com 78 deputados).

No ano do anunciado adeus de Angela Merkel, o secretário geral da CDU admitiu a derrota neste primeiro "combate" eleitoral pelo futuro do partido conservador de centro-direita.

"Senhoras e senhores, para ser franco, não foi uma boa noite eleitoral para a União Democrata Cristã", assumiu Paul Ziemak, apontando já as baterias a setembro: "Todos os votos contam. Vai ser uma campanha dura até às eleições federais de setembro e vamos lutar para manter a Alemanha ao centro."

Numas eleições limitadas pela Covid-19, a participação caiu seis por cento e ficou a rondar os 64% em cada um dos estados.

A nota de maior destaque para os analistas parece ser mesmo o agravamento da baixa popularidade de Armin Laschet, o atual líder da CDU e um dos prováveis candidatos do partido, ao lado do mas popular Markus Söder, à sucessão de Merkel como chanceler.

Professor de Política na universidade de Oxford, Matthias Dilling considera haver "outro indicador que deve preocupar o futuro da CDU": "a aparente luta interna no partido, num ambiente dividido, para encontrar um candidato popular para liderar o governo federal".

"Há inclusive sinais na opinião pública de que são cada vez menos os eleitores que consideram a CDU como a força nacional mais competente no que toca à economia e isso pode representar o maior desafio dos conservadores no sufrágio de setembro", acrescentou o politólogo.

Estas eleições nos estados da Renânia-Palatinado e em Baden-Württemberg, ambos no sul do país, abriram aquele que já está a ser descrito com um "ano super eleitoral" na Alemanha, com mais quatro sufrágios regionais (Berlim, Hessian, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Saxónia-Anhalt) e por fim o federal em setembro, onde a incerteza é grande para saber que vai suceder a Angela Merkel.

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