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França e Alemanha admitem travar saída de vacinas

Na União Europeia, 33 milhões de pessoas receberam uma dose da vacina, mas só 11 milhões concluíram o processo
Na União Europeia, 33 milhões de pessoas receberam uma dose da vacina, mas só 11 milhões concluíram o processo Direitos de autor Hannibal Hanschke/AP
Direitos de autor Hannibal Hanschke/AP
De  Teresa Bizarro com Agências
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Os dois países apoiam a decisão de Itália que bloqueou um carregamento de vacinas da AstraZeneca com destino à Austrália. Bruxelas diz que as empresas que cumprem os contratos nada têm a temer

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A solidariedade europeia ganhou novo fôlego esta sexta-feira. A questão da aprovação e compra de vacinas contra a Covid-19 não tem sido consensual, mas o bloqueio de Itália a uma remessa da AstraZeneca com destino à Austrália uniu os 27. Bruxelas sublinha que a decisão não tem a ver com Camberra, mas com a farmacêutica que está longe de cumprir o contrato de fornecimento de vacinas.

"A mensagem é muito clara, como a presidente [Ursula von der Leyen] tem dito em muitas ocasiões, esperamos que as empresas com as quais a União Europeia assinou acordos avançados de compra façam o seu melhor para cumprir os contratos. E para todas as empresas que estão a fazer isso, não há problemas com as exportações," garantiu esta sexta-feira Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia.

A União Europeia foi um importante financiador da investigação das vacinas. Com vários laboratórios no espaço europeu, é um grande exportador da substância e, face à escassez, aprovou um mecanismo que permite exercer o direito de preferência sobre as doses produzidas nos 27 estados-membros antes de serem exportadas.

Itália foi o primeiro país a acionar o mecanismo, mas França e Alemanha já vieram dizer que admitem fazer o mesmo.

Para Jens Spahn, o ministro alemão da Saúde, "em caso de dúvida, temos de aplicar uma pressão que garanta que as entregas são executadas e que essa operação é fiável".

A Austrália procura agora garantias de que não vai haver bloqueio a novos carregamentos de vacinas. O primeiro-ministro Scott Morrison diz que compreende a emergência europeia, mas lembra que também tem um plano de vacinação em marcha.

"Em Itália, morrem pessoas ao ritmo de 300 por dia. Posso por isso compreender o elevado nível de ansiedade que existe em Itália e noutros países da Europa - essa não é a situação na Austrália. No entanto, conseguimos assegurar os abastecimentos, e até abastecimentos adicionais, tanto com a Pfizer como com a AstraZeneca, o que significa que podemos continuar a executar do nosso programa," afirmou o chefe do governo australiano.

O fornecimento de vacinas está atrasado face aos compromissos. A farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca devia entregar 80 milhões de doses para os países da União Europeia no primeiro trimestre deste ano e só deverá cumprir metade da encomenda.

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