Milhares contra saída da Turquia da Convenção de Istambul

Um mar de gente saiu às ruas de Istambul para demonstrar a revolta contra a decisão do governo turco de abandonar o tratado europeu para o combate à violência contra as mulheres no sábado.
Milhares exigiram o recuo do governo num país que conta com um importante problema de feminicídio.
Uma manifestante diz "não querer morrer. Em 2017 perdi uma amiga de infância. Tinha 17 anos e foi assassinada pelo namorado. Fiquei furiosa na altura e hoje continuo furiosa. Há cinco meses, a mãe de uma amiga foi morta pelo ex-companheiro. Fiquei furiosa na altura e hoje continuo furiosa. Viva a convenção de Istambul".
Outra jovem afirma que "vive num país que ainda não acredita na igualdade entre homens e mulheres. Penso que têm medo das mulheres e medo de que as mulheres sejam iguais e foi por isso que se retiraram do tratado", argumenta.
Em maio de 2011, a Turquia foi o primeiro país a assinar a convenção de Istambul, numa cerimónia que em serviu de anfitrião. O partido conservador AKP do presidente Erdogan considera que o tratado estimula divórcios, promove a homossexualidade e coloca em causa a família tradicional.