Revelação partiu do líder da oposição, Yair Lapid, no dia seguinte ao anúncio de um acordo iminente para uma aliança improvável pelo líder do partido nacionalista Yamina
A coligação para derrubar Benjamin Netanyahu e formar um novo Governo em Israel ainda tem de ultrapassar alguns obstáculos, admitiu o líder da oposição do atual primeiro-ministro interino, Yair Lapid.
O líder do partido Yesh Atid, de centro-esquerda, foi mandatado pelo Presidente Reuvlin Reuben para formar governo a 5 de maio, depois de Netanyahu ter falhado na apresentação de um novo executivo com peso suficiente para continuar a governar Israel. O prazo termina quarta-feira.
Este domingo, surgiu o anúncio improvável. O líder do Yamina, um partido nacionalista de direita, antigo aliado de Netanyahu e o quinto mais votado em março, com a aleição de sete deputados, admitiu estar a finalizar um acordo de coligação com Lapid para formar um novo governo e colocar um ponto final a 12 anos de "reinado" do Likud.
Bennet ainda precisa, no entanto, convencer a maioria dos membros do Yamina a aceitar a aliança com Lapid, um tradicional rival de centro-esquerda do partido nacionalista. Uma sondagem do Canal 12, um dos maiores da televisão israelita, sugere que 61% dos membros do Yamina poderão não voltar a votar em Naftali Bennet para liderar o partido se a aliança com Lapid avançar.
Também o líder da oposição, Yair Lapid, admite haver ainda muito por resolver, mas mostra-se esperançado de que Israel possa iniciar uma nova era na próxima semana, "mais tranquila, sem ministros a incitar, sem mentir nem a destilar medo o tempo todo."
O líder da oposição criticou ainda as declarações do primeiro-ministro interino, proferidas logo após o anúncio de Bennet, considerando-os uma boa justificação para a necessidade de mudar o controlo do governo hebraico. "Foi um discurso de perigoso e desequilibrado de quem não tem mais limites. A fraqueza dele, enfraquece-nos a todos", atirou Lapid.
Netanyhau tenta resistir a todo o custo na liderança do governo e apelou "a todos os que foram eleitos pelos votos da direita e aos que têm consciência" para se manterem a seu lado.
"Sigam este caminho. Não formem um governo de esquerda. Um governo destes é um perigo para a segurança de Israel e para o futuro do Estado”, afirmou o líder do Likud.
Se Bennet, à direita, e Lapid, à esquerda do "Knesset", o Parlamento israelita, conseguirem estabelecer o acordo para a partilha do executivo nos próximos quatro anos, está aberto o caminho para o fim de uma era. A era de Netanyahu, o controverso líder de Israel há 12 anos (com mais três anos no cargo entre 1996 e 1999).