Coligação para derrubar Netanyahu ainda tem obstáculos a vencer

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Direitos de autor Oded Balilty/Associated Press
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De  Francisco Marques
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Revelação partiu do líder da oposição, Yair Lapid, no dia seguinte ao anúncio de um acordo iminente para uma aliança improvável pelo líder do partido nacionalista Yamina

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A coligação para derrubar Benjamin Netanyahu e formar um novo Governo em Israel ainda tem de ultrapassar alguns obstáculos, admitiu o líder da oposição do atual primeiro-ministro interino, Yair Lapid.

O líder do partido Yesh Atid, de centro-esquerda, foi mandatado pelo Presidente Reuvlin Reuben para formar governo a 5 de maio, depois de Netanyahu ter falhado na apresentação de um novo executivo com peso suficiente para continuar a governar Israel. O prazo termina quarta-feira.

Este domingo, surgiu o anúncio improvável. O líder do Yamina, um partido nacionalista de direita, antigo aliado de Netanyahu e o quinto mais votado em março, com a aleição de sete deputados, admitiu estar a finalizar um acordo de coligação com Lapid para formar um novo governo e colocar um ponto final a 12 anos de "reinado" do Likud.

Bennet ainda precisa, no entanto, convencer a maioria dos membros do Yamina a aceitar a aliança com Lapid, um tradicional rival de centro-esquerda do partido nacionalista. Uma sondagem do Canal 12, um dos maiores da televisão israelita, sugere que 61% dos membros do Yamina poderão não voltar a votar em Naftali Bennet para liderar o partido se a aliança com Lapid avançar.

Também o líder da oposição, Yair Lapid, admite haver ainda muito por resolver, mas mostra-se esperançado de que Israel possa iniciar uma nova era na próxima semana, "mais tranquila, sem ministros a incitar, sem mentir nem a destilar medo o tempo todo."

Há ainda muitos obstáculos no caminho para formar um novo Governo. Talvez seja um bom sinal porque vamos ter de os ultrapassar juntos.

"É o nosso primeiro grande teste: perceber se conseguimos um acordo para um objetivo maior.

No espaço de uma semana, o Estado de Israel pode entrar numa nova era.
Yair Lapid
Líder do Yesh Atid, de centro-esquerda

O líder da oposição criticou ainda as declarações do primeiro-ministro interino, proferidas logo após o anúncio de Bennet, considerando-os uma boa justificação para a necessidade de mudar o controlo do governo hebraico. "Foi um discurso de perigoso e desequilibrado de quem não tem mais limites. A fraqueza dele, enfraquece-nos a todos", atirou Lapid.

Netanyhau tenta resistir a todo o custo na liderança do governo e apelou "a todos os que foram eleitos pelos votos da direita e aos que têm consciência" para se manterem a seu lado.

"Sigam este caminho. Não formem um governo de esquerda. Um governo destes é um perigo para a segurança de Israel e para o futuro do Estado”, afirmou o líder do Likud.

Se Bennet, à direita, e Lapid, à esquerda do "Knesset", o Parlamento israelita, conseguirem estabelecer o acordo para a partilha do executivo nos próximos quatro anos, está aberto o caminho para o fim de uma era. A era de Netanyahu, o controverso líder de Israel há 12 anos (com mais três anos no cargo entre 1996 e 1999).

Editor de vídeo • Francisco Marques

Outras fontes • Times of Israel

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