Resistência armada insiste que mantém posições estratégicas na região e que continua a lutar pela liberdade e dignidade do Afeganistão
Os talibãs reivindicaram o controlo do Panshir, apontado como o último reduto da resistência afegã, tendo divulgado um vídeo com o hastear da sua bandeira. A confirmar-se, será a primeira vez que o vale foi conquistado em quatro décadas de conflito armado no Afeganistão, mas as forças fiéis ao antigo regime insistem que mantêm posições estratégicas na região e que continuam a lutar pela dignidade e liberdade do país.
Apesar de informar que a resistência tinha fechado a porta a qualquer negociação, o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, fez saber que os seus combatentes eram bem-vindos no novo regime, uma vez que o futuro governo pretendia utilizar todos os soldados devidamente treinados nas suas forças de segurança.
Afinal de contas, o grupo que controla o país combate em várias frentes. Em Nangarhar, no leste do país, o novo governador promete não dar tréguas na luta contra o Daesh.
Para Mullah Neda Mohammad, o grupo Estado Islâmico "não está seguro na província e estão a procurar indivíduos que aí se refugiaram, tendo já detido 70 ou 80 pessoas ligadas ao Daesh desde que tomaram o poder".
A retirada do Afeganistão não impede os Estados Unidos de acompanhar de perto a situação no país. O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, aterrou a noite passada em Doha, no Catar, para discutir com um dos principais parceiros no processo de evacuação a evolução do novo mapa geopolítico da região.