Vacina contra HPV em adolescentes reduz em 87% cancro cervical

Vacina contra HPV em adolescentes reduz em 87% cancro cervical
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Estudo realizado em Inglaterra e publicado na revista "The Lancet" conclui que vacinação de jovens diminuiu as taxas de cancro do colo do útero, o quarto cancro mais comum entre as mulheres.

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A vacina contra o papilomavírus humano, também conhecido como HPV, está a reduzir em 87% os casos de cancro do colo do útero. Quem o afirma são investigadores britânicos, que, esta quarta-feira, publicaram na revista científica The Lancet os resultados de um estudo realizado desde 2008, em Inglaterra.

A investigação conclui que em meados de 2019, a população vacinada entre os 12 e os 13 anos registou menos 450 casos de cancro cervical e menos 17.200 casos pré-cancerígenos do que as gerações anteriores.

Uma taxa de eficácia inferior é ainda assim verificada em mulheres mais velhas. Os investigadores também descobriram reduções nas taxas de cancro cervical de 62% em mulheres vacinadas entre os 14 e os 16 anos e de 34% em mulheres cuja vacinação ocorreu entre os 16 e os 18 anos.

Esta é a primeira prova direta da prevenção do cancro cervical com a vacina bivalente contra os dois tipos mais comuns de HPV, responsáveis por aproximadamente 70 a 80% de todos os cancros cervicais.

A vacinação contra o HPV foi introduzida em 100 países como parte dos esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminar o cancro cervical.

Em Portugal, a vacina contra o HPV está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV) para as raparigas dos 10 aos 17 anos.

Uma vez que também os rapazes podem ser infetados,desde outubro de 2020, os jovens nascidos a partir de 2009 podem ser vacinados de forma gratuita, no âmbito do Programa Nacional de Vacinação.

O cancro do colo do útero é quase sempre provocado por vírus e o quarto mais frequente nas mulheres em todo o mundo. Todos os anos mata mais de 300 mil pessoas.

A investigação

O estudo analisou dados do registo de cancro de base populacional entre janeiro de 2006 e junho de 2019 para sete coortes de mulheres que tinham entre 20 e 64 anos no final de 2019. Três dessas coortes formaram a população vacinada. As mulheres receberam a vacina Cervarix entre as idades de 12-13, 14-16 e 16-18 e as incidências de cancro cervical e de carcinoma cervical não invasivo (CIN3) nas sete populações foram registadas separadamente.

Durante o período do estudo, foram registados 28.000 diagnósticos de cancro cervical e 300.000 de CIN3.

Nas três coortes vacinadas houve menos quase 450 casos de cancro cervical e 17.200 de CIN3 do que o esperado para uma população não vacinada.

A investigação encontrou reduções nas taxas de cancro cervical de 87% (com um intervalo de confiança de 72-94%) em mulheres com idades entre 12-13 anos (89% das quais receberam pelo menos uma dose da vacina contra o HPV e 85% foram totalmente vacinadas), 62% (IC: 52-71%) em mulheres com idades entre os 14 e 16 anos e 34% (IC: 25-41%) entre os 16 e os 18 anos (60% dos quais receberam pelo menos uma dose e 45% dos quais foram totalmente vacinadas).

As reduções correspondentes nas taxas de CIN3 foram de 97% em mulheres vacinadas entre as idades de 12-13, 75% em mulheres vacinadas entre os 14 e os 16 anos e 39% em mulheres vacinadas entre os 16 e os 18 anos de idade.

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