Afeganistão com "pior crise humanitária do mundo" segundo ONU

Afeganistão com "pior crise humanitária do mundo" segundo ONU
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De  Patricia Tavares
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Para os que ficaram no Afeganistão, a vida está a tornar-se cada vez mais difícil, como conta a nossa correspondente internacional, Anelise Borges, em Cabul.

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As agências da ONU apelidam-na de de "pior crise humanitária do mundo". Um novo relatório estima que, no Afeganistão, aproximadamente, 23 milhões de pessoas não terão alimentos suficientes para atravessar o inverno. Poucas coisas permaneceram inalteradas no país ao longo dos anos, como o preço do pão. Ao longo de décadas de guerra e da presença de tropas estrangeiras, um pão sempre custou 10 afegane, o equivalente a cerca de 10 cêntimos. A comissão dos Talibãs para a economia emitiu um decreto que afirma que aumentar o preço do pão é crime. 

O regresso dos Talibãs em Agosto passado mergulhou o Afeganistão numa crise económica sem precedentes. O país deixou de contar com cerca de 8 mil milhões de euros por ano em ajuda externa e com 7,8 mil milhões de euros em reservas no estrangeiro, a maior parte retida nos Estados Unidos. Em consequência, os Talibãs não puderam pagar salários, nem importar bens essenciais. O FMI estima que o PIB do país poderá contrair 30% nos próximos meses e a ONU estima que milhões de pessoas poderão passar fome.

Com a aproximação do inverno, há pouca esperança que as coisas melhorem em breve no Afeganistão. Ao mesmo tempo, os Talibãs parecem não ter um plano concreto para enfrentar esta crise. A comunidade internacional está a voltar atenções para outro lado - os projetos de ajuda são financiados em apenas um terço. Tendo permitido o regresso dos Talibãs ao poder, alguns países ocidentais parecem agora dispostos a assistir ao colapso da economia do Afeganistão, apesar dos compromissos assumidos.

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