Rádio da oposição atacada na Guiné-Bissau

Militares junto às instalações da Capital FM em Bissau
Militares junto às instalações da Capital FM em Bissau   -  Direitos de autor  AFP
De  Ricardo Figueira

O episódio acontece uma semana depois da tentativa de golpe de Estado, cujas circunstâncias continuam por esclarecer.

Uma semana depois da tentativa falhada de golpe de Estado, a Guiné-Bissau volta a viver dias agitados, com o assalto à Capital FM, uma estação de rádio considerada crítica do governo. No Bairro Militar de Bissau, as opiniões dividem-se: Há quem diga que foi obra de bandos de criminosos e quem aponte o dedo a pessoas próximas do presidente Umaro Sissoco Embaló.

"A polícia sabe precisamente onde encontrar os carros envolvidos no assalto. Podem ser encontrados no parque do palácio presidencial, é lá que estão escondidos. Sabem muito bem", diz um popular.

O país está ainda a tentar perceber o que aconteceu na tentativa de golpe falhada da semana passada, que fez pelo menos oito mortos mortos. Se há rumores de que se tratou de uma encenação e uma suposta lista a circular que incrimina o maior partido da oposição, PAIGC, o governo tem uma teoria oficial: Que foi obra de traficantes de droga.

"Vemos a imprensa estrangeira a tentar branquear um golpe violento que tentou decapitar o Estado guineense, usando pessoas envolvidas com o tráfico de droga e mercenários rebeldes de Casamansa", disse o ministro do Turismo e porta-voz do governo Fernando Vaz.

O ataque à rádio por homens encapuçados e armados provocou pelo menos cinco feridos e a destruição de equipamento. É a segunda vez em dois anos que esta mesma rádio é atacada em tentativas de a silenciar.

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