Duma ratifica acordo com regiões separatistas da Ucrânia

Com uma ovação de pé, a Duma celebrou, esta terça-feira a ratificação por unanimidade dos tratados de amizade, cooperação e assistência mútua com as autoproclamadas repúblicas do leste da Ucrânia.
A votação dos deputados russos decorreu apenas algumas horas depois de Vladimir Putin ter reconhecido a independência das regiões separatistas, em guerra com Kiev desde 2014.
E apesar de o presidente ter ainda anunciado o envio de "forças de manutenção da paz" para garantir a segurança dos territórios, o Kremlin garante continuar aberto ao diálogo.
De acordo com a porta-voz do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Moscovo mantém-se disponível "para um processo de negociação" e será "sempre a favor da diplomacia".
Mas as boas intenções da Rússia não convenceram o presidente ucraniano.
Em Kiev, onde recebeu o homólogo da Estónia, Volodymyr Zelensky pediu o apoio da comunidade internacional.
"Este é um novo ato de agressão contra a Ucrânia que necessita de uma reação imediata da comunidade internacional e dos nossos parceiros internacionais. Na nossa opinião, com esta decisão, a Federação Russa está a criar uma base jurídica para novas agressões armadas contra o Estado ucraniano", afirmou o chefe de Estado ucraniano.
O líder ucraniano pediu ainda a interrupção imediata do Nord Stream 2, um projeto de canalização de gás natural da Rússia para a Alemanha através do Mar Báltico.
A Alemanha deu já um primeiro passo e confirmou a suspensão da certificação necessária para o gasoduto começar a funcionar.