Líder do movimento "Em Marcha" e atual presidente alertou para o "perigo extremista" dos adversários
Em 2017, Emmanuel Macron tornou-se, aos 39 anos, o presidente francês mais jovem alguma vez eleito. Prometeu renovar a vida política e ultrapassar a divisão entre a esquerda e a direita. Volta agora a disputar uma segunda volta com a líder da extrema-direita Marine Le Pen.
Cinco anos mais tarde, os críticos de Macron falam de um "presidente dos ricos" e de um "presidente camaleão". O seu mandato fica marcado por várias crises, incluindo a dos coletes amarelos, que em 2018, mergulhou França no caos.
Num país enfraquecido por dois anos de pandemia, é grande a desilusão para quem esperava um reequilíbrio social e ecológico. Macron alimentou a posição como Chefe de Estado na cena internacional, e como defensor da União Europeia.
À boleia do estatuto de favorito, entrou tarde na campanha eleitoral, já em plena guerra na Ucrânia. Segundo as sondagens, beneficiou do papel de mediador do conflito, mas à medida que as eleições se aproximavam, as preocupações políticas internas e especialmente o poder de compra dos franceses assumiram um lugar de destaque.
O final da campanha ficou marcado com a polémica relacionada com o aumento do uso de consultorias externas por parte do governo.
Nos últimos comícios, Macron alertou para a contaminação do debate pela extrema-direita, disse que o perigo extremista hoje em dia é ainda maior porque durante vários meses e vários anos, “o ódio e verdades alternativas tornaram-se comuns no debate público”.
Há cinco anos, Emmanuel Macron disse que queria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para garantir que os franceses não teriam "mais razões para votar nos extremos". Um objetivo que parece claramente falhado.