Entre a Ucrânia e a Moldávia, habitantes da região separatista apoiada pela Rússia estão a abandonar as suas casas, com medo que a guerra na Ucrânia alastre.
O receio da chegada da guerra invadiu a Transnístria. Após as explosões desta semana, perdem-se de vista as filas de carros que tentam sair da região separatista apoiada pela Rússia rumo à Moldávia.
Com a escalada da guerra no sul da Ucrânia, país vizinho, os habitantes do enclave russófono temem repercussões. Muitos decidiram partir antes de o conflito lhes poder bater à porta.
É o caso de Victoria. Grávida, diz estar muito alarmada. "Não sabemos o que fazer em diferentes cenários, porque nunca passámos por algo assim", afirma.
Para quem mora na Transnístria, a Moldávia é a única saída possível para fugir à guerra. O percurso conta agora com a passagem por vários postos de controlo militar em Tiraspol, a principal cidade da região.
Também Alex, reconhece aos 50 anos que "a situação nesta fronteira é muito difícil e na Transnístria a situação é má, porque todos têm medo que a guerra comece nesta região".
Moscovo reage à escalada de tensão
Perante os receios do alastramento da guerra, a porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, considerou as explosões no enclave "atos de terrorismo destinados a desestabilizar a situação na região", disse esperar "uma investigação exaustiva e objetiva de todas as circunstâncias do que aconteceu" e "condenou veementemente as tentativas de envolver a Transnístria no que está a acontecer na Ucrânia".
Recentemente um alto comandante do exército russo afirmou que, ao estabelecer o controlo sobre o sul da Ucrânia, Moscovo garante "outra rota" para a região separatista, onde as tropas russas têm estado estacionadas desde o colapso da União Soviética.