Crianças guineenses retiradas das ruas de Dacar

Na sede da Associação dos Amigos da Criança (AMIC) em Gabu, nordeste da Guiné-Bissau 23 crianças jogam à bola; riem-se das brincadeiras dos outros, trocam sorrisos e cumplicidades. Estas crianças, 21 meninos e duas meninas, são as últimas que a associação (AMIC) resgatou das ruas de Dacar, capital do Senegal, onde se encontravam a mendigar dinheiro. Um trabalho que realiza desde 2005 e que já fez regressar ao país três mil crianças.
Agora, a associação vai analisar as condições de reintegração destas crianças nas famílias. Todas as crianças são acompanhadas, as famílias apoiadas e sistematicamente avaliadas para não voltarem a enviar os filhos para fora do país. O problema é que a maior parte destas crianças são entregues a falsos mestres corânicos.
Para Laudolino Medina, o mal não está na aprendizagem do Alcorão, mas na “exploração da mão de obra infantil”. Visto que colocam as crianças a mendigar nas ruas, e obrigam-nas a trazer dinheiro e quando não trazem são espancadas e sujeitas a maus-tratos.
A Associação dos Amigos da Criança (AMIC) iniciou recentemente com outras organizações não-governamentais um projeto de três anos, financiado pela União Europeia, para a prevenção do radicalismo e extremismo violento, que está a ser desenvolvido nas regiões de Gabu, Bafatá e Oio, na Guiné-Bissau.