Calor extremo agrava mortalidade mata na Península Ibérica

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De  Euronews
Bombeiro combate incêndio a poucos quilómetros de Atenas, Grécia.
Bombeiro combate incêndio a poucos quilómetros de Atenas, Grécia.   -  Direitos de autor  Thanassis Stavrakis/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved.

Os incêndios florestais consumiram quase 58 mil hectares, em Portugal, este ano. A área representa mais do dobro da floresta ardida em 2021 no país e a atual onda de calor já terá contribuído para mais de um milhar de mortes.

De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, as queimas e queimadas estão na origem de 62% dos incêndios em território nacional, 14% correspondem a fogo posto.

Macron visita população de Gironda

Em França os investigadores tentam ainda apurar as origens dos dois grandes incêndios que há mais de uma semana alastram em Gironda.

Com as chamas em parte controladas, a região recebeu uma visita de Emmanuel Macron e, com o presidente francês, palavras de alento e promessas de mais meios de combate ao fogo.

"É preciso construir o dia de amanhã, por isso, vamos dar imediatamente início aos trabalhos. Isto não é uma coisa fácil de fazer. Porquê? Porque, antes de mais, conhecemos as falhas que existiam nesta floresta, em termos de gestão. Temos de a rebatizar, ou, por outras palavras, temos de a replantar, temos de a fazer crescer novamente, mas c om regras e regras de prevenção diferentes"

Fogo ameaça Atenas

Por estes dias, as altas temperaturas e os ventos fortes são os piores inimigos dos bombeiros. 

Na Grécia, cerca de 500 bombeiros tentam pôr termo às chamas que alastram em redor da capital. Centenas de pessoas foram retiradas de suas casas, a nordeste de Atenas, durante a noite de terça-feira.

Calor extremo mata na Península Ibérica

A onda de calor que varre atualmente a Europa está já a ter impacto na Península Ibérica. Na última semana, Portugal e Espanha viram a mortalidade aumentar acima dos níveis esperados para esta época do ano.

Numa visita ao município espanhol de Ateca, em Saragoça, o primeiro-ministro Pedro Sánchez, lembrou a população das estatísticas, que indicam que "durante esta vaga de calor, mais de 500 pessoas morreram em resultado das temperaturas muito elevadas, para além de tudo o que estamos a viver em termos de devastação como resultado dos incêndios". 

Para o chefe do governo espanhol, "é por isso que, tendo em conta os dias muito difíceis que temos pela frente nesta onda de calor, o que peço aos nossos cidadãos é que tenhamos extrema cautela".

Os episódios de calor extremo vão ser cada vez mais frequentes nas próximas décadas. O alerta foi deixado, esta terça-feira, pela Organização Metrológica Mundial, que prevê que ondas de calor "serão normais e, inclusive, mais fortes" pelo menos até 2060.