Várias cidades ucranianas preparam-se para a chegada do inverno sem gás nem electricidade.
As bombas continuam a cair em várias cidades ucranianas, outras permanecem sitiadas, mas a preocupação, hoje, é saber como sobreviver ao inverno?
Bakhmut esteve cercada por forças russas durante semanas mas permanece sob controlo ucraniano. Diz-se que 10.000 pessoas estão sem gás nem eletricidade. A temperatura já ronda os zero graus Celsius, em breve descerá aos -20. Ali, faz-se o possível para encontrar soluções.
A cerca de 50 quilómetros fica Sloviansk, mais longe da linha de guerra, mas o inverno não poupa ninguém. Para se aquecerem, as famílias dependem da lenha distribuída pelo município.
Ludmilla Abramenko, residente desta localidade, teve de repensar o quotidiano. Cozinhar já não é o que era, porque não têm eletricidade nem gás. A solução é um regresso ao passado, não ao dela, naturalmente. Uma fogueira, no exterior da casa, faz de fogão. A roupa e os cobertores permitem-lhes ultrapassar o frio. Uma situação pela qual jamais pensou passar, nem nos seus "piores pesadelos".
A 17 de setembro os russos bombardearam a central térmica da cidade, privando 200.000 habitantes de eletricidade e gás.
O hospital também não tem aquecimento mas a situação vai mudar. A lenha vai aquecer doentes e pessoal hospitalar, como explicava a diretora desta unidade. Hoje, já não temem o Inverno mas que há outras ameaças que pairam no ar e que esperam não aconteçam, como um ataque russo. "Podemos construir tudo o que quisermos, mas eles podem atingir-nos na mesma", desabafava Valentyna Glushenko.
A situação repete-se em várias cidades do território ucraniano. Quanto às populações, elas preparam-se e esperam que o "general" inverno lhes dê as tréguas que, por agora, a Rússia não dá.